Qual concurso você deseja ‘fazer’ quando crescer?

As experiências de cada concurseiro também fazem parte de uma preparação, sejam elas gloriosas ou não.

Talvez chegue um dia - ou já chegamos - em que, além de perguntarmos a uma criança o que ela pretende ser quando crescer, também deveremos perguntar: "qual o concurso que deseja 'fazer' quando crescer?". Isso porque estamos cada vez mais diante de jovens que vão se tornando adultos com essa perspectiva, que pode sim ser caracterizada como profissional. Não duvide se souber de um estudante recém-saído do ensino médio que preferiu deixar o curso superior para ser feito após conseguir um emprego estável. Para isso trabalham, para isso estão estudando, para isso estão batalhando, muito embora os obstáculos estejam aí.

Por falar em obstáculos, não espere apenas que testemunhos de gente bem sucedida nos concursos lhe inspirem para alguma atitude, mas dê um valor considerável às "histórias menores", porque afinal de contas elas efetivamente participam de nossa caminhada e nos fazem ser o que somos... E no final das contas até os testemunhos gloriosos foram resultados de uma idêntica e intensa luta e, sendo assim, tudo valeu a pena.

Tudo o que foi relembrado antes foi apenas para reforçar a simples constatação de que cada um de nós temos uma experiência própria nos concursos. Tanto faz ser gente que participou de 5, 10, 15 ou muito mais seleções para só então "sossegar" um pouco e dar espaço para que outros tenham oportunidades, como gente que logo de primeira foi aprovada, mas sequer assumiu a vaga, porque exerceu apenas o seu direito de ser treineiro. Enfim, ainda que alguém possa lhe dizer que algumas experiências não sirvam de exemplo para ninguém, pelo fato de serem errôneas, pode ser que de onde a gente não espera algo aconteça de muito positivo. Então, não custa nada compartilhar essas experiências com os outros, nem que seja 5 por cento delas...

Não teríamos tempo nem espaço para imergir aqui na história dos concursos já vividos, mas sucintamente contarei um pequeno episódio aqui. Ele veio à tona justamente em razão do que foi abordado no blog a respeito da influência do trabalho na preparação de um concurseiro. Lembro-me claramente de que em um dos concursos de que participei para a área da educação - graças a Deus com aprovação, mas bem que poderia não ter sido! - essa questão da falta de tempo por conta do trabalho e dos estudos foi preponderante. Estava numa fase em que a Universidade e o trabalho tomavam todo o meu tempo, ao ponto de até poder dizer que ambos estavam me consumindo. Queria meus momentos para estudar e encontrei parte da solução onde menos poderia esperar: no próprio trabalho. Como assim?

Além de dedicar um tempo diário com os livros (biblioteca universitária, lembra?), às fotocópias, às apostilas e às anotações dirigidas em casa, consegui adaptar minhas condições de trabalho de maneira que, em vez delas serem um empecilho, acabaram contribuindo para a minha preparação. Trabalhava em uma indústria, dessas de linha de montagem, em que a produção e o uso rigoroso das oito horas diárias de trabalho eram fatores que poderiam fazer a diferença entre ser bem quisto e ser demitido. Mas raciocinei que a máquina que operava tinha um balcão à minha frente, ele ficava bem diante dos meus olhos, eu trabalha em pé e (o melhor) havia um espaço de tempo entre o momento em que engatava o equipamento e a liberação do produto final, sendo que não havia prejuízo algum se eu ficasse desempenhando alguma atividade "extra" naqueles instantes. Eu poderia não ter dado valor algum para aquelas horas intercaladas de aprendizagem...

Para encurtar a história ao máximo, lembro-me que não somente os conteúdos daquele concurso foram estudados, mas nos anos subsequentes (foram cinco, ao todo) consegui ler até livros inteiros e outros conteúdo ali mesmo, no local de trabalho.

Mas é previsível que você faça esta objeção: "no meu trabalho, não tem como isso aí ser feito". Respondo que tenho plena consciência disso e que, como dizemos no popular, "cada caso é um caso". Não estou recomendando que você ultrapasse os seus limites de tolerância no seu ambiente de trabalho, mas apenas quero fazê-lo refletir que assim como de certa forma encontrei um jeito para não dar a desculpa do trabalho para certos contextos de preparação, você também certamente encontrará o seu. Cada realidade é impar, e é por isso que ser humano é tão legal! 

E você? Qual a sua pequena ou grande experiência nessa área?

Um abraço e até a próxima!

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