Como escolher o concurso ideal

Especialistas dão dicas de como escolher o concurso público ideal, lembrando que muitas vezes a formação escolhida não significa satisfação no trabalho.

Hoje, há milhares de vagas na iniciativa pública, distribuídas por todas as regiões do país. Pessoas de diversos níveis de escolaridade têm feito todo o esforço possível para conseguir uma destes postos de trabalho. Visando garantir pelo menos uma aprovação imediata e assim conseguir um rendimento fixo mensal, muitos concurseiros às vezes se inscrevem em três, quatro, cinco ou até mais seleções quase ao mesmo tempo. Por outro lado, muitos optam por participar de diversos concursos conhecidos como "escada", na intenção de que o certame "menor" sirva como uma espécie de trampolim para o concurso dos sonhos (o "maior").

Isto pode ajudar, na medida em que uma aprovação mais rápida dê condições para que o candidato - com um salário fixo e mais tempo - possa ajudar na preparação para o concurso considerado ideal. Mas será que optar por diversos concursos ou atirar para um alvo bem mais próximo são boas alternativas para se ingressar na carreira pública? Ou será que isso pode tirar o foco do concurseiro no verdadeiro alvo que quer atingir - aquele mais distante, o concurso "top de linha"?

Apesar de ser até saudável fazer apostas em muitos concursos, já que as chances de sucesso aumentam, consultores afirmam que é preciso levar em consideração alguns detalhes importantes antes de optar por quais concursos deseja fazer. Para Gesilvaldo Gomes Araújo Jr, que é coordenador da rede LFG, outros fatores (não apenas a questão salarial) devem ser levados em consideração na hora de fazer a inscrição em concursos. Afinal, trata-se de um emprego que, se aprovado, o concurseiro vai terá que desempenhar a sua função todos os dias, além de conviver com colegas de trabalho, lidar com pessoas que procuram por algum serviço e muitas outras coisas que envolvem aquele dia a dia. "As pessoas se apegam apenas ao salário, mas esquecem de que o dinheiro é apenas um dos prazeres que o trabalho tem para oferecer", completa.

Então, ainda que a opção do concurseiro seja por um "concurso-escada", a escolha do cargo pretendido deve ter relação com o cargo ofertado no concurso dos sonhos. Tanto é verdade que Gesilvado Jr. Alerta para o fato de que o concurseiro deve optar pelos concursos que se aproximem o máximo possível daquilo que gosta de fazer, pois, o dinheiro apenas não vai compensar todo o desgaste gerado ao fazer o que não gostaríamos.

Os especialistas asseguram que algumas alternativas de aptidão profissional no campo dos concursos públicos são bem eficazes. Por exemplo, se você gosta de lidar com o público em geral que solicite costumeiramente a resolução de problemas específicos, faça concursos como os do INSS, Banco do Brasil, Caixa ou outros que lhe coloque em contato direto com as pessoas. Caso não goste de rotina, trabalhar na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal pode ser uma boa opção. Para quem gosta de números, seleções para a área de auditoria fiscal (não apenas federal) podem ser o concurso ideal. "Leve estes detalhes em consideração para que sua conquista seja completa", lembra o coordenador.

Foi por pensar assim que o estudante de enfermagem Diego Muller de Oliveira resolveu fazer concursos apenas para a Caixa Econômica, pois, gosta de trabalhar diretamente com pessoas, ganhando um ótimo salário ainda por isso. "Sei que não seria inteligente de minha parte fazer algo que não me dará satisfação pessoal, mesmo que pague bem, isso me ajuda a escolher que tipo de concurso quero fazer", contou Diego.

Por outro lado, caso você já tenha uma profissão consolidada, avalie melhor as opções de sua área, mas não tenha preconceitos quanto a áreas relativamente desconhecidas. O fato é que, conforme nos diz Alberto Vicente Silva, que além de concurseiro e escritor, já atua no serviço público, a escolha por áreas de aptidão nem sempre se encaixa na formação optada pelo candidato, porque, se assim o fosse, não existiriam tantos profissionais com bons títulos querendo seguir uma carreira pública em áreas diferentes de sua formação. "Existem, por exemplo, professores concursados frustrados com o ofício que exercem, enfermeiros que trabalham emburrados no serviço de saúde, atendentes antipáticos, enfim, por se queixarem que não gostam de 'lidar com gente'. Por outro lado, há pessoas que fazem concurso para uma área totalmente diversa daquela em que se formaram e acabam sendo 'cativadas' pelo serviço que passam a desempenhar. De certa forma, aconteceu isso comigo, quando embora professor, fui parar na área administrativa, que, embora sendo um serviço mais burocrático e de atendimento ao público, me trouxe mais prazer do que de certa forma o magistério", nos conta Vicente.

Muitos especialistas da área de psicologia também defendem a ideia de que é preciso saber escolher a futura carreira, pois, não dá para voltar atrás com o tempo gasto para estudar, ser aprovado, passar a ter o salário que tanto sonhou e depois se ver arrependido por não estar no emprego que traga realização pessoal. Pense Nisso!

Por Alberto Vicente Silva

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