Entre perdas e ganhos

Você já tentou várias vezes e não conseguiu. Prosseguir ou desistir?

A maioria dos concurseiros conhece alguém que já está há bastante tempo investindo no empreendimento de ser um funcionário público. São anos a fio mergulhados em leituras, frequências às salas de aula de cursinhos e renúncias na vida pessoal para tentar ser aprovado e enfim conseguir a tão sonhada estabilidade financeira. Mas, mesmo seguindo todas as dicas de sucesso, o resultado acaba sendo negativo.

Esta é uma situação que a psicóloga Patrícia Boaventura chama de estar na linha tênue entre a perseverança e o desespero. Ela aborda que, quando se chega ao ponto de se dedicar por anos, em vários concursos, e não ser aprovado em nenhum, é preciso que o concurseiro tenha um equilíbrio muito bem firmado, pois é possível imaginar o quanto a sensação de derrota, de fracasso, permeia a mente de uma pessoa nesta situação.

A psicóloga aconselha que um concurseiro deve, sim, ser focado, mas sempre atento a novos horizontes e possibilidades porque quando o projeto do funcionalismo não dá certo, existem outras portas de trabalhos, dons e talentos a serem trabalhados. "É importante que o concurseiro também tenha "outra carta na manga" para a sua carreira profissional, o que vai lhe permitir mais leveza para estudar e menos cobranças a si mesmo", disse.

Esta situação viveu o comerciário de iniciais ROC, 32 anos. Ele disse que passou cerca de seis anos tentando vários concursos públicos e viu pessoas com bem menos tempo de preparo sendo aprovadas, algo que lhe causou um forte sentimento de frustração e incapacidade. "Foram tempos difíceis. Não tinha mais estímulo para estudar; nem tão pouco para fazer um curso de nível superior. Parei mesmo no tempo. Mas agora, pretendo retomar estes e outros projetos e enquanto isso,trabalho para conseguir juntar meu dinheiro".

A concurseira Cláudia Barreto, que estuda e, curso preparatório há algum tempo, disse que hoje é comum se estudar muito, até mesmo por anos, e não ser aprovado. Ela atribui isso, em parte, às mudanças aplicadas pelas bancas organizadoras em cada concurso. "Você estuda, revisa as provas anteriores, lê muito, mas cada prova é uma prova. A cada processo seletivo tudo muda e mesmo que sejam os mesmos assuntos, o modo que são cobrados é completamente diferente em cada exame".

Concordando com a psicóloga, Cláudia Barreto disse que tem outros planos para o futuro, caso seja demorada a entrada para o funcionalismo público. Ela faz hoje uma pós-graduação e pretende também lecionar em faculdades. "Isso te me ajudado a não entrar em paranoia a cada vez que recebo uma resposta negativa dos concursos".

No mais, vai uma dica já dada muitas vezes para os concurseiros: nem pensar em desistir! Mas, estudar com prazer, com dedicação, disciplina e livre de pressões tem sido a melhor maneira de se encontrar lá na frente com o sucesso da aprovação. Pense nisso. Faça do longo tempo de jornada um grande aliado, e não um cobrador de resultados.

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