O concurseiro e o vencedor
De nada adianta querermos só vitória, porque estamos no mundo real e a vitória não vem desse jeito romântico que alguns discursos tentam nos levar a acreditar.
“Olha lá quem vem do lado oposto
e vem sem gosto de viver
Olha lá que os bravos são escravos
sãos e salvos de sofrer ”
Olha lá quem acha que perder
é ser menor na vida
Olha lá quem sempre quer vitória
e perde a glória de chorar
Para alguns, esta canção fala de um sentimento que só serve para os “derrotistas”, mas é justamente o contrário: todos nós precisamos aprender onde está a grandeza de perder e a glória de chorar. De nada adianta querermos só vitória, porque estamos no mundo real, e a vitória não vem desse jeito romântico que alguns discursos de vitória tentam impor.
Já sabemos que concurso se faz até passar, e não para passar. Isto não é só uma frase de efeito, é a síntese que expressa bem a condição em que vivemos no mundo: existe uma fila implícita, uns chegam mais rápido ao destino, outros mais devagar, e até outros que cansam de esperar, cedendo lugar para outros. Isto também está no ciclo da vida.
Porque às vezes, não há programação neurolinguística que dê jeito em circunstâncias econômicas, históricas, culturais e políticas de um país, principalmente como o nosso Brasil. Talvez o discurso pronto de que “todo homem pode ser um empreendedor” se encaixe bem em outros contextos, como o do jeito americano de ser. Talvez aquele discurso todo de “seja um empresário” pregado por alguns homens seja uma válvula de escape, mas não condiz com a realidade. Imagine um mundo em que só exisitissem patrões?
Na maioria das vidas humanas, o melhor mesmo é lutar para conseguirmos algo, tendo sempre os pés no chão.
Eu que já não quero mais ser um vencedor,
levo a vida devagar pra não faltar amor
Diria que não quero mais ser SOMENTE um vencedor, mas ter a sabedoria para absorver bem os momentos de vitória e absorver melhor ainda os momentos de derrota. Mas precisarei sempre levar a vida devagar para não faltar o amor.
E olha que o amor é o que mais tem faltado, tanto entre os perdedores quanto entre os vencedores. Padre Fábio de Melo resumiu bem essa ideia de amor, que está faltando no mundo: ele dizia que, se quisermos conhecer mesmo o verdadeiro amor imaginemos uma circunstância ligada à velhice humana. No dia em que você ficar bastante idoso e depender muito dos filhos, do cuidador, do enfermeiro, do médico, da empregada, enfim, de gente que possa ajudar, aí é que você conhecerá o amor de verdade. Porque, dizia o padre (em suas palavras), amor é quando uma pessoa consegue ter consideração e carinho pela outra naquele momento mais difícil, que é quando deixamos de ser produtivos, de ser úteis, e nos tornamos dependentes das outras pessoas. Ou seja, amor é aquilo que se manifesta como um sentimento de respeito, apreço, carinho e atenção ao próximo (pode incluir aí outras palavras bonitas, porque será também amor), independente do que esse próximo possa nos trazer de benefício – ou mesmo de malefício, em casos extremos! É um sentimento incondicional.
Hoje em dia o que está sendo mais difícil é demonstrarmos esse tipo de amor, que não tem nada a ver com amor relacional entre um casal que “se ama”, tal como nas novelas, ou nas músicas românticas. É até difícil falar de amor em se tratando de concurso, de emprego, de mercado de trabalho, de estudos, de coisas que, por execelência, envolvem competição... Mas tanto o vencedor quanto o perdedor estão em condições tão circurstanciais quanto essas coisas. Não podemos encarar a vida sempre como uma guerra, como querem alguns, inclusive alegando que depois de uma guerra vem sempre um avanço tecnológico. Urge cada vez mais em nossas vidas a necessidade de não deixar “faltar amor”!
Eu que já não sou assim
muito de ganhar,
junto as mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
só pra viver em paz.
Não é preciso que a gente se considere muito de perder, ou não “muito de ganhar”. Mas é preciso que a gente faça sempre o melhor que sejamos capazes, porque no final das contas findaremos descobrindo que seremos vencedores pelo simples fato de estarmos continuamente lutando. Luta essa que não tem a ver com guerra, mas paz com os outros. E onde há paz, há alguma forma de amor.
E onde há amor, não há derrotados, só vencedores.
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