A sensibilidade para os concursos
É preciso ter sensibilidade para lidar com os estudos, e também paciência e dedicação, pois um deslize pode fazer com que a aprovação seja "destruída".
O tempo de espera pela aprovação é uma especulação bastante relativa para o concurseiro: uns acreditam que dez anos de estudo e reprovações significam que a perseverança é grande aliada; outros crêm que esse tempo todo é a prova de que a pessoa é "inapta" para passar e que seria melhor desistir e partir para outra empreitada. Já outras pessoas pensam que o tempo é irrelevante quando se está perseguindo um sonho.
Eu*, por exemplo, passei mais de dois anos lutando para ser aprovado em um concurso público e nem por isso me deixei levar pela frustração. Na verdade, lutava para passar em vestibular e concurso, já que, para mim e para minha família, tanto um como o outro iam me dar algum norte na vida. Acredito piamente que se levasse três, quatro ou cinco anos estudando, minha mentalidade seria a mesma, eu permaneceria com minhas convicções.
No entanto, para atingir meus objetivos tive que aprender um princípio fundamental da jornada concurseira: é preciso ter sensibilidade para estudar!
Isso mesmo: sensibilidade. Considero que o ato de estudar para concurso pode ser comparado a um trabalho artesanal. O concurseiro é como o artesão que vai esculpir uma estátua de madeira, ou de outra matéria prima, porque:
- Inicialmente, o escultor precisará usar a força para dar os contornos gerais na peça
Começar a estudar exige força mesmo. Não a força bruta de um carregador de saco de cimento, mas o esforço necessário para não tomar uma queda no primeiro obstáculo encontrado pela frente e esmorecer. Os contornos gerais da peça (estudos) precisam ser dados, do contrário a arte final (aprovação) nunca será completada: traçar um plano de trabalho, manter o foco e investir um pouco fazem muito bem (porque nem tudo o que é gratuito estimula o esforço pessoal, e muitas vezes só o fato de se estar pagando exigirá do candidato mais empenho).
- Depois, precisará modelar para definir a forma do nariz, da boca, das orelhas e dos olhos da estátua
Transpondo para a linguagem concurseira, "modelar" a peça é isso que você faz sempre que aperfeiçoa suas técnicas de memorização, suas anotações passam a ficar mais claras, o caderno ou o bloco de notas do computador mais organizado, os horários passam a ser melhor aproveitados, sem atropelos e mudanças de rumo a toda hora, enfim, tudo aquilo que contribui para que "a forma do nariz, das orelhas e dos olhos dessa estátua" seja o mais possivelmente similar à realidade.
Aqui, no entanto, há um parêntesis: diferentemente da liberdade do artista, que poderá ser abstrato ou surrealista na sua obra, a "obra de arte concurseira" exigirá o máximo possível de aproximação com a vida real. Quando você caminha para uma "arrumação" abstrata e aleatória dos seus estudos, tende a ficar cada vez mais para trás. Sensibilidade sim, mas uma sensibilidade organizada!
Por fim, cabe ao artesão ser extremamente sensível para definir o tipo de olhar que seu personagem terá
O nosso artesão precisará definir a expressão da boca ou como será o tamanho harmônico do nariz, de acordo com tudo aquilo que ele recebeu de influências na vida, etc. Você também terá que "medir" os seus sonhos, pautado na sua realidade. Se seu sonho é ser Auditor-Fiscal, Policial Militar ou Técnico Previdenciário, mas você não tem dado a mínima sequer para 25% das matérias que precisará aprender, é melhor se contentar com um cargo diferente, que exija menos de você. Se o artesão não dispõe dos meios para produzir uma estátua do tamanho do tempo de Salomão, que ele se contente em fazer uma escultura que caiba na sua sala de estar... Isto também e ter sensibilidade, a sensibilidade de conhecer os seus limites: quais eu posso superar? quais eu ainda não tenho condições de superar? Quais eu nunca terei condições de superar?
Pois bem: assim também é o trabalho do concurseiro. Quanto mais ele estuda, mais precisará ter sensibilidade e atenção com os assuntos. Quantas vezes você já não viu um assunto que considerou fácil e até irrelevante cair nas provas das quais participou? E pior: quantas vezes aquelas questões que aparentemente seriam fáceis não lhe "derrubaram" em um concurso?
É preciso lidar com os objetos de estudos para os concursos/vestibulares com extrema paciência e dedicação, pois um deslize pode fazer com que a aprovação (a sua estátua) seja destruída, e todo o trabalho seja lançado ao vento.
Perceber isso foi fundamental para alcançar meu objetivo, e desde os idos de 2006 passo esta mensagem: tenha sensibilidade ao estudar para concursos!
Edição: Alberto Vicente (alberto@concursosnobrasil.com.br)
*Agradecemos a contribuição de Danilo Nascimento, que é Oficial da Polícia Militar desde 2006 e concurseiro desde 2003.
Antes de escrever um comentário maldoso sobre o modo como as pessoas escrevem, apontando os "erros de português" e querendo dar uma de "dono da gramática", leia este artigo
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