Português – Nível Médio

Prepare-se com questões de Português para nível médio

01

(INAZ do Pará - 2017 - Prefeitura de Rolim de Moura - RO - Agente Comunitário de Saúde) - Alfredo está determinado a aumentar sua propriedade e já traçou uma meta para isso. Ele tem hoje um terreno com 240 m2 e pretende triplicar sua propriedade nos próximos 10 anos. Após sua meta ser atingida, quer 1/6 do resultado para doar ao seu único filho. Qual será a área doada ao filho?

Código da questão
Q55394Ca
02

(Enem-2019) - Toca a sirene na fábrica, e o apito como um chicote bate na manhã nascente e bate na tua cama no sono da madrugada. Ternuras da áspera lona pelo corpo adolescente. É o trabalho que te chama. Às pressas tomas o banho, tomas teu café com pão, tomas teu lugar no bote no cais do Capibaribe. Deixas chorando na esteira teu filho de mãe solteira. Levas ao lado a marmita, contendo a mesma ração do meio de todo o dia, a carne-seca e o feijão. De tudo quanto ele pede dás só bom-dia ao patrão, e recomeças a luta na engrenagem da fiação.

Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais

Código da questão
Q61391Ca
03

(IDECAN - Soldado Bombeiro Militar (CBM RN)/2017) - 

Declaração da ilegalidade da pobreza ante a ONU

O aumento escandaloso dos níveis de pobreza no mundo tem suscitado movimentos pela erradicação desta chaga na humanidade.

No dia 9 de maio realizou-se um ato na Universidade Nacional de Rosário promovido pela Cátedra da Água, um departamento da Faculdade de Ciências Sociais, coordenado pelo Prof. Anibal Faccendi, em forma de uma Declaração sobre a ilegalidade da pobreza. Coube-me participar e fazer a fala de motivação. O sentido é conquistar apoios do congresso nacional, da sociedade e de pessoas de todo o continente para levar esta demanda às instâncias da ONU para conferir-lhe a mais alta validação.

Já antes no dia 17 de outubro de 1987 havia sido criado por Joseph Wresinski, o Movimento Internacional ATD (Atuar Todos para a Dignidade) que incluía o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza. Neste ano será celebrado em muitos países que aderiram ao movimento no dia 17 de setembro.

A Declaração de Rosário vem reforçar este movimento pressionando os organismos mundiais da ONU para efetivamente declarar a fome como ilegal. A Declaração não pode quedar-se apenas no seu aspecto declaratório. O sentido dela é poder criar nas várias instituições, nos países, nos municípios, nos bairros, nas ruas das cidades, nas escolas, mobilizações para identificar as pessoas seja na linha da pobreza extrema (viver com menos de dois dólares e sem acesso aos serviços básicos) ou a pobreza simplesmente dos que sobrevivem com um pouco mais de dois dólares e com acesso limitado à infraestrutura, à moradia, à escola e outros serviços mínimos de humanização. E organizar ações solidárias que os tirem desta premência, com a participação deles.

Já em 2002 Kofi Annan, antigo secretário da ONU havia declarado duramente: “Não é possível que a comunidade internacional tolere que praticamente a metade da humanidade tenha que subsistir com dois dólares diários ou menos num mundo com uma riqueza sem precedentes. ”

Efetivamente, os dados são estarrecedores. [...] Neste ano em janeiro de 2017, revelaram que 8 pessoas (a maioria está lá em Davos, na Suíça) possuem riqueza equivalente àquela de 3,6 bilhões de pessoas. Quer dizer, cerca de metade da humanidade vive em situações de penúria seja como pobreza extrema, seja como pobreza simplesmente ao lado da mais aviltante riqueza.

Se lermos afetivamente, como deve ser, tais dados, damo-nos conta do oceano de sofrimento, de doenças, de morte de crianças ou de mortes de milhões de adultos, estritamente em consequência da fome. E aí nos perguntamos: onde foi parar a nossa solidariedade mínima? Não somos cruéis e sem misericórdia para com nossos semelhantes, face àqueles que são humanos como nós, que possuem desejos de um mínimo de alimentação saudável como nós? Removem-se-lhes as vísceras vendo os filhinhos e filhinhas não podendo dormir por fome e eles mesmos tendo que engolir em seco pedaços de comida, recolhidos nos grandes lixões das cidades, ou recebidos da caridade das pessoas e de algumas instituições (geralmente religiosas) que ainda lhes oferecem algo que lhes permite sobreviver.

A pobreza geradora de fome é assassina, uma das formas mais violentas de humilhar as pessoas, machucar-lhes o corpo e ferir-lhes a alma. A fome pode levar ao delírio, ao desespero e à violência. Aqui cabe recordar a doutrina antiga: a extrema necessidade não conhece lei e o roubo em função da sobrevivência não pode ser considerado crime, porque a vida vale mais que qualquer outro bem material.

Atualmente a fome é sistêmica. Thomas Piketty, famoso por seu estudo sobre o Capitalismo no século XXI mostrou como está presente e escondida nos USA: são 50 milhões de pobres. Nos últimos 30 anos, afirma Piketty, a renda dos mais pobres permaneceu inalterada, enquanto o 1% mais rico cresceu 300%. E conclui: “Se nada se fizer para superar esta desigualdade, ela poderá desintegrar toda a sociedade. Aumentará a criminalidade e a insegurança. As pessoas viverão com mais medo do que com esperança”.

No Brasil fizemos a abolição da escravatura, mas quando faremos a abolição da fome?

(Leonardo Boff, 14/05/2014. Disponível em: http: //www.jb.com.br/leonardo-boff/
noticias/2017/05/14/declaracao-da-ilegalidade-da-pobreza-ante-a-onu/. Adaptado.)

Em “O sentido é conquistar apoios do congresso nacional, da sociedade e de pessoas de todo o continente para levar esta demanda às instâncias da ONU para conferir-lhe a mais alta validação.” (2º§) e em relação à ocorrência de crase é correto o que se afirma em:

Código da questão
Q55171Ca
04

(INCAB - 2019 - PM-SC - Soldado da Polícia Militar) - 

A solidão é a grande ameaça

 

Quando eu era jovem, eu nunca tive o conceito de “redes”. Eu tinha o conceito de laços humanos, de comunidades, esse tipo de coisa, mas não redes. Qual é a diferença entre comunidade e rede? A comunidade precede você. Você nasce numa comunidade. Por outro lado, temos a rede.

O que é uma rede? Ao contrário da comunidade, a rede é a que é feita e mantida viva por duas atividades diferentes. Uma é conectar e a outra é desconectar. E eu acho que a atratividade do novo tipo de amizade, o tipo de amizade do Facebook, como eu a chamo, está exatamente aí. Que é tão fácil de desconectar.

É fácil conectar, fazer amigos. Mas o maior atrativo é a facilidade de se desconectar. Imagine que estamos falando não de amigos on-line, conexões on-line, compartilhamento on-line, mas sim de conexões off-line, conexões de verdade, frente a frente, corpo a corpo, olho no olho. Neste caso, romper relações é sempre um evento muito traumático. Você tem que encontrar desculpas, você tem que se explicar, você tem que mentir com frequência e, mesmo assim, você não se sente seguro, porque seu parceiro diz que você não tem direitos, que você é um porco etc. É difícil. Na internet, é tão fácil, você só pressiona delete e pronto. Em vez de 500 amigos, você terá 499, mas isso será apenas temporário, porque amanhã você terá outros 500, e isso corrói muito os laços humanos.

Os laços humanos são uma mistura de bênção e maldição.

Bênção porque é realmente muito prazeroso, é muito satisfatório ter outro parceiro em quem confiar e fazer algo por ele ou ela. É um tipo de experiência indisponível para a amizade no Facebook; então, é uma bênção... E eu acho que muito jovem não tem nem mesmo consciência do que eles realmente perderam, porque eles nunca vivenciaram esse tipo de situação.

Por outro lado, há a maldição, pois quando você entra no laço, você espera ficar lá para sempre. Você jura, você faz um juramento: até que a morte nos separe, para sempre. O que isso significa? Significa que você empenha o seu futuro. Talvez amanhã, ou no mês que vem, ou no ano que vem, haja novas oportunidades. Agora você não consegue prevê-las, porque você ficará preso aos seus antigos compromissos, às suas antigas obrigações.

Então, trata-se de uma situação muito ambivalente e, consequentemente, de um fenômeno curioso dessa pessoa solitária numa multidão de solitários. Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.

ZIGMUNT BAUMAN. Fronteiras.com/artigos/zygmunt-bauman-la-solidao-e-a-grande-ameaça. (Adaptado)

A exemplo do elemento em destaque em “eu acho que muito jovem não tem nem mesmo consciência (d)O que eles realmente perderam”, assinale a alternativa em que o termo destacado mantém igual valor morfossemântico-sintático e constitui elemento essencial ao processo de referenciação, estabelecendo a continuidade focal.

Código da questão
Q55015Ca
05

(Enem-2019) - O Instituto de Arte de Chicago disponibilizou para visualização on-line, compartilhamento ou download (sob licença Creative Commons), 44 mil imagens de obras de arte em altíssima resolução, além de livros, estudos e pesquisas sobre a história da arte. Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso das coleções on-line de acesso aberto, além de democratizar a arte, vem ajudando a formar um novo público museológico. Grosvenor acredita que quanto mais pessoas forem expostas à arte on-line, mais visitas pessoais acontecerão aos museus. A coleção está disponível em seis categorias: paisagens urbanas, impressionismo, essenciais, arte africana, moda e animais. Também é possível pesquisar pelo nome da obra, estilo, autor ou período. Para navegar pela imagem em alta definição, basta clicar sobre ela e utilizar a ferramenta de zoom. Para fazer o download, disponível para obras de domínio público, é preciso utilizar a seta localizada do lado inferior direito da imagem.

A função da linguagem que predomina nesse texto se caracteriza por

Código da questão
Q61368Ca
06

(VUNESP - 2014 - MPE-SP - Auxiliar de Promotoria) - Leia o texto para responder a questão.

Chuvas com lembranças

Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que
nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às
tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e
cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu
cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-
riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,
no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta
gente estará suspirando por um raio de sol!
Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham
cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram
pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos
exercícios!
Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem
os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando
apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos
relâmpagos.
Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:
a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do
Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu
caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias
as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes
e o povo a pedirem a misericórdia divina.
Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem
pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e
céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
coisas liam, outrora...
“São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)
No período – … nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar… – (1.º parágrafo), a conjunção “e” expressa sentido de

Código da questão
Q55228Ca
07

(EDUCA - 2019 - Prefeitura de Várzea - PB - Auxiliar de Serviços Gerais) - Analise o texto abaixo:

Verbo Ser
Carlos Drummond de Andrade
Que vai ser quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.
Fonte:www.poemasdedrumond.com.br
As partículas que em destaque no texto, pertencem a que classe gramatical?

Código da questão
Q55690Ca
08

(IBFC - 2020 - Prefeitura de Vinhedo - SP - Guarda Municipal) - Texto I

Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.

Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra. Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.

- Inferno, inferno.

Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam, pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com abundância de gritos e gestos.

 

(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)

 

Quanto à tipologia, é correto afirmar que o texto é narrativo em função de todas as características típicas dessa categoria listadas, exceto:

Código da questão
Q59262Ca
09

(EDUCA - 2019 - Prefeitura de Várzea - PB - Auxiliar de Serviços Gerais) - Num grupo de 10 pessoas, o número de homens é igual ao de mulheres. Sabe-se que 4 pessoas usam óculos, dentre as quais só um homem. Logo, o total de mulheres que não usam óculos é:

Código da questão
Q55849Ca
10

(CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial) - 

Entre todos os fatores técnicos da mobilidade,
um papel particularmente importante foi desempenhado
pelo transporte da informação — o tipo de comunicação
4 que não envolve o movimento de corpos físicos ou só
o faz secundária e marginalmente. Desenvolveram-se,
de forma consistente, meios técnicos que também
7 permitiram à informação viajar independentemente dos seus
portadores físicos — e independentemente também dos
objetos sobre os quais informava: meios que libertaram
10 os “significantes” do controle dos “significados”. A separação
dos movimentos da informação em relação aos movimentos
dos seus portadores e objetos permitiu, por sua vez,
13 a diferenciação de suas velocidades; o movimento da
informação ganhava velocidade num ritmo muito mais
rápido que a viagem dos corpos ou a mudança da situação
16 sobre a qual se informava. Afinal, o aparecimento da rede
mundial de computadores pôs fim — no que diz respeito
à informação — à própria noção de “viagem” (e de
19 “distância” a ser percorrida), o que tornou a informação
instantaneamente disponível em todo o planeta, tanto na
teoria como na prática.
Zygmunt Bauman. Globalização: as consequências humanas.
Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar, 1999 (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto
precedente, julgue os itens a seguir.

A substituição do conectivo “Afinal” (R.16) por Contudo manteria os sentidos originais do texto

Código da questão
Q58301Ca