Bolsa Família no Caixa Tem: VEJA o que muda para os beneficiários

Até março de 2021, todos os beneficiários do Bolsa Família vão conseguir movimentar suas contas pelo Caixa Tem. Entenda o que deverá mudar.

A partir de dezembro de 2020, os beneficiários do Bolsa Família vão começar a ter acesso às suas poupanças digitais pelo Caixa Tem. O propósito é de facilitar as movimentações do benefício governamental, já que não haverá necessidade de realizar saques integrais nos caixas eletrônicos. Os inscritos no Bolsa Família, sem tarifas adicionais, vão conseguir consultar saldos, emitir extratos e realizar inúmeros pagamentos.

Não será necessário encaminhar quaisquer documentos para a liberação das poupanças sociais. Elas vão ser criadas automaticamente (até março de 2021), de acordo com o NIS dos inscritos no programa. Vale lembrar que as unidades familiares poderão continuar sacando as parcelas pelo cartão ‘Cidadão’ ou 'Bolsa Família’.

Bolsa Família no Caixa Tem: o que muda?

Em termos gerais, os beneficiários do Bolsa Família poderão acessar suas parcelas por meio de dispositivos móveis e sem tarifas adicionais. Confira outras mudanças que vão ser implementadas:

  • Acesso às cotas sem sacá-las em caixas eletrônicos, assim como já acontece no contexto do auxílio emergencial. Os beneficiários poderão usar a mesma senha do cartão social (Cidadão ou Bolsa Família);
  • Movimentações do dinheiro pelo aplicativo Caixa Tem (R$ 600 por vez e limite mensal de R$ 5.000);
  • Transferências bancárias sem tarifas adicionais;
  • Uso do cartão de débito virtual pelo app Caixa Tem;
  • Pagamento de compras pela internet;
  • Pagamento em maquininhas de cartão e por meio de QR Code (supermercados e outros estabelecimentos comerciais);
  • A Caixa provavelmente liberará linhas de crédito para pessoas de baixa renda (empréstimos entre R$ 100 e R$ 300).

Bolsa Família pelo Caixa Tem: calendário para a liberação das poupanças sociais digitais

Período de migraçãoNIS finais dos beneficiários
Em dezembro de 20200 e 9
Em janeiro de 20216, 7 e 8
Em fevereiro de 20213, 4 e 5
Em março de 20211 e 2, além de grupos populacionais específicos*

*Indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, pescadores artesanais, comunidades tradicionais, agricultores familiares, assentados, acampados e pessoas em situação de rua.

Bolsa Família pelo Caixa Tem: como instalar o aplicativo?

  • Baixe o Caixa Tem. O aplicativo está disponível para celulares com sistemas Android e iOS. Vale lembrar que o acesso apenas será concedido após a criação automática das contas digitais, conforme calendário preliminar;
  • O primeiro cadastro é realizar com o CPF e uma senha numérica de seis dígitos. Entretanto, os beneficiários do Bolsa Família poderão utilizar o mesmo código cadastrado pelo cartão social;
  • Depois do primeiro acesso pelo Caixa Tem, será necessário apenas tocar no serviço desejado. A interface da plataforma funciona como uma espécie de conversa pelo WhatsApp. Suas funcionalidades costumam ser intuitivas, com o objetivo de evitar confusões na hora das operações.

Cartão de débito virtual para Bolsa Família

A instituição bancária não fornece cartões físicos para os usuários do app, mas é possível realizar pagamentos pelas funcionalidades virtuais do Caixa Tem. Veja como geral o cartão de débito virtual por meio do app:

  • Abra o Caixa Tem em seu celular e toque em “Cartão Virtual”;
  • Feito isso, selecione a “Usar agora meu Cartão de Débito Virtual”;
  • Digite a sua senha e toque na imagem para ver as informações geradas (validade e CVV).

Com esses dados, será possível usar o benefício do Bolsa Família para efetuar compras em diversos estabelecimentos comerciais (físicos e lojas online). Os dados gerados perdem a validade durante poucos minutos. Por isso, somente é permitido realizar uma compra por vez.

E os pagamentos pelas maquininhas? No Caixa Tem, existe uma opção específica para isso. Os usuários, após selecioná-la, vão perceber que a câmera do celular ficará ativada automaticamente. Logo em seguida, vai ser necessário apontar o aparelho para o QR Code ou o código de barras das maquininhas de cartão.

Bolsa Família no Caixa Tem: como pagar boletos bancários?

  • Selecione a opção “realizar pagamentos”, que está disponível no app Caixa Tem;
  • Feito isso, será iniciado um chat automático com todas as opções para efetuar o pagamento;
  • Além de inserir o código de barras manualmente, o beneficiário também poderá escolher pela leitura automática do boleto. Para isso, vai ser necessário tocar em “ler código com a câmera”;
  • Aponte a câmera do celular para o código de barras do boleto;
  • Aguarde pela confirmação de leitura e confira os dados registrados pelo sistema do app. Se estiver tudo correto, finalize a operação.

Caixa Tem: existe limite para transferências bancárias?

Após a liberação das poupanças digitais pelo Caixa Tem, os beneficiários do Bolsa Família também vão conseguir transferir suas parcelas. Confira como será possível efetuar o procedimento:

  • Abra o aplicativo Caixa Tem e toque na opção “transferir dinheiro”;
  • Escolha se deseja ler QR Code ou digitar os dados do remetente;
  • Escolha o banco desejado e, em seguida, informe o número da agência;
  • Digite o número da conta e o respectivo dígito;
  • Escolha o tipo de conta de destino e digite os dados do recebedor;
  • Informe o valor que será transferido;
  • Confirme o prazo de envio;
  • Digite sua senha de acesso para confirmar a transferência e clique em “Comprovante” para salvar o documento comprobatório. O dinheiro será provavelmente transferido no dia posterior ao procedimento.

Muitos beneficiários têm dúvidas sobre as operações por meio do Caixa Tem. Existe, afinal, um limite de transferências pelo aplicativo? Pela plataforma, os usuários conseguem movimentar até R$ 600 por vez, com limite de R$ 1.200 em 24 horas e mensal de R$ 5.000.

Ampliação do Bolsa Família em 2021

Criado em 2004, o Bolsa Família visa auxiliar as famílias de baixa renda, garantindo acesso à saúde, educação, segurança alimentar e assistência social. O programa do governo é, de maneira geral, direcionado para unidades familiares em situação de extrema pobreza (renda por pessoa de até R$ 89,00 por mês).

Em compensação, as famílias pobres (renda por pessoa entre R$ 89,01 a R$ 178,00) também podem conseguir os benefícios. E quais são os requisitos? Elas devem ter, em suas composições, mães que amamentam ou crianças/adolescentes entre 0 e 17 anos.

O Renda Cidadã estava programado para substituir o Bolsa Família em 2021. Contudo, a equipe do governo não chegou a um consenso sobre como o financiamento do novo programa. O teto de gastos seria extrapolado, ocasionando em problemas orçamentários para o ano que vem. Dessa maneira, a estratégia atual é de ampliar o alcance do Bolsa Família.

O programa concede repasses mensais para 14,2 milhões de famílias brasileiras. O governo federal, em estudos internos, prevê que mais três milhões de pessoas vão precisar continuar recebendo algum tipo de assistência em 2021. Até porque, com o fim do auxílio emergencial, muitas unidades familiares provavelmente vão ficar sem qualquer tipo de renda a partir do ano que vem.

A mera redução do benefício (de R$ 600 para R$ 300) fez com que número de pessoas em situação de pobreza aumentasse em mais de 8,6 milhões. Por sua vez, a população na linha da miséria avançou para mais de quatro milhões. O governo brasileiro não quer renovar os repasses do programa para 2021, mas medidas assistenciais vão ter que ser repensadas para amenizar as desigualdades de renda.

“Qual o plano para o auxílio emergencial? Remoção gradual, e nós voltamos para o Bolsa Família. Esse é o plano A. Existe possibilidade de haver a prorrogação do auxílio emergencial? Se houver uma segunda onda de pandemia, não é possibilidade, é uma certeza, vamos ter que reagir. Mas não é o plano A, não é o que estamos pensando agora”, explicou o ministro Paulo Guedes ao participar de evento online, que foi promovido pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

Bruno Destéfano
Diretor de redação
Nasceu no interior de Goiás e se mudou para a capital, Goiânia, no início de 2015. Seu objetivo era o de cursar Jornalismo na UFG. Desde o fim de sua graduação, já atuou como roteirista, gestor de mídias digitais, assessor de imprensa na Câmara Municipal de Goiânia, redator web, editor de textos e locutor de rádio. Escreveu dois livros, sendo um de ficção e outro de não-ficção. Também recebeu prêmios pela produção de um podcast sobre temas raciais e por seu livro-reportagem "Insurgência - Crônicas de Repressão". Atualmente, trabalha como redator web no site "Concursos no Brasil" e está participando de uma nova empresa no ramo de marketing digital.

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