Concursos em tempo de crise econômica
Em sua primeira crise econômica, esta geração precisará aprender a lidar com a ansiedade que lhe é tão característica. Isso inclui não abandonar projetos.
Os brasileiros nascidos entre o final dos anos 1970 e 1990 (século passado) podem até não saber, mas fazem parte da chamada "geração Y", marcada pelo avanço das tecnologias da informação (“geração net”), pelo maior acesso aos estudos e pela alardeada prosperidade econômica do país. Na presente "década de 10" do novo século essa geração começou a perder a confiança que tinha, algo até previsível em virtude da drástica piora nas condições de trabalho e emprego, já sentidas no começo dos anos 2000.
Esta é uma das conclusões extraídas de um estudo elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (FecomercioSP): “em sua primeira crise econômica, a geração Y está menos confiante quanto ao futuro do que a geração X, formada pelos indivíduos nascidos nas décadas de 60 e 70, e que entraram no mercado de trabalho entre os anos 80 e 90, período no qual a economia brasileira passou por sucessivas crises econômicas”.
Com um índice de desemprego que saiu de 10,9% em 2003 para 4,3% em 2014, a economia brasileira precisará passar por ajustes recessivos que terão impactos negativos na atividade econômica por um determinado período. Consequentemente, o mercado de trabalho está sendo afetado no presente momento. Exemplo disso é o que se registrou entre abril de 2014 e abril de 2015: uma taxa de desemprego que subiu de 4,9% para 6,4%. Os que mais têm sofrido com isso são os jovens de 18 a 24 anos.
Dentre as explicações para essa falta de confiança do jovem trabalhador da geração Y, o estudo parece indicar que, “enquanto para a geração anterior, era de se esperar uma condição futura muito melhor do que a de seus pais, o mesmo não é verdade para boa parte da geração Y. Ou seja, a expectativa dos consumidores da geração Y é relativamente menor, em relação à geração anterior”.
"Após uma redução no ritmo de criação de vagas ao longo de 2014, em 2015 a taxa de desemprego voltou a subir. O menor ritmo de criação de vagas foi acompanhado por uma queda na rotatividade da mão-de-obra entre os trabalhadores mais jovens. Mais do que uma mudança de comportamento desse extrato da população, essa redução parece mesmo reflexo de uma diminuição das oportunidades observadas no mercado de trabalho. Diante do novo cenário, a geração Y, em sua primeira crise econômica, precisará aprender a lidar com a ansiedade que lhe é tão característica”.
Concursos públicos em tempos de crise?
Em um cenário de crise, seja econômica ou não, é natural que coexista pensamentos pessimistas e otimistas. Os otimistas indicam que os concursos públicos não irão ser afetados, mas adiados, e que as pessoas devem prosseguir estudando. Os “apocalípticos” (pessimistas) vislumbram um momento de “recessão” na abertura de vários concursos previstos, deixando os candidatos numa espera que pode durar até mais de um ano, ocasionando desinteresse em continuar na batalha da preparação.
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Estamos do lado dos otimistas, porque crises são enfrentadas para depois ser superadas ou no mínimo atenuadas. Apesar das diretrizes de que cortes nos gastos públicos serão necessários e apesar do fato de que 2015 já ter se tornado um ano relativamente “frustrado” para alguns concursos previstos, resta uma certeza: esta geração Y concurseira deve manter os seus planos em dia, nada de rasgar projetos já traçados. Isso inclui ter paciência, visão de longo prazo e, claro, uma boa dose de coragem para agarrar outras oportunidades que surgirem, até mesmo aquelas ocupações menos recompensadoras, “fora” da área pública.
Os que hoje estão se preparando para concursos públicos não devem se deixar abater pelo aumento da taxa de desemprego. Ocorre o contrário: quanto mais ela aumenta, mais aumenta a procura por uma seleção pública e, consequentemente, aumenta a concorrência, uma vez que estamos lidando com uma “fila”, na qual não há “senhas” para todos ao mesmo tempo. Portanto, temos que aguardar com perseverança a nossa vez chegar – e ela há de chegar!
E engana-se quem, precipitadamente, acha que o atrativo para toda a corrida pela carreira pública é a remuneração. A maioria dos concurseiros sabe que esse quesito fica atrás, uma vez que a estabilidade e a prestação de um bom serviço (ficamos felizes quando, em um órgão público, um servidor nos trata com dignidade) também são importantes, pois o resto “a gente corre atrás”.
Diante da atual crise, a geração Y deve renovar a confiança nos estudos formativos e na preparação para concursos públicos. O caminho possível deste momento é investir (ainda que não seja dinheiro, mas tempo) numa preparação consistente. Dias melhores virão e as pessoas que pensaram em plantar sementes com antecedência gozarão de maior felicidade nesse futuro.
Da redação (alberto@concursosnobrasil.com.br)
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