Crise nos concursos é sinal de perseverança

A notícia sobre a redução dos concursos para 2016 não é de espantar e nem é a primeira vez que isso acontece. O que não pode acontecer é o candidato esmorecer e achar que tudo irá piorar.

Foram anunciadas em setembro de 2015 mais medidas necessárias para reduzir gastos, recompor receitas e melhorar o resultado primário do próprio governo em 2016. Para quem está acompanhando minimamente o noticiário político-econômico, a notícia sobre a redução dos concursos para o próximo ano não é de espantar. Nem é a primeira vez que isso acontece.

A eliminação de gastos do governo pretende ser mais ampla. Os servidores federais, por exemplo, sofrerão as consequências: existe o interesse do governo em adiar o reajuste salarial dos servidores do Executivo em 2016 de janeiro para agosto. Se for aceita a proposta, a economia, segundo o governo, será de R$ 7 bilhões.

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Outra economia (da ordem de R$ 1,2 bilhão) se dará com a aprovação da proposta de eliminação do Abono de Permanência, equivalente a 11% do salário pago ao servidor em condições de se aposentar, mas que continua trabalhando. Atualmente, há 101 mil servidores nessa condição no Poder Executivo, com previsão de mais 123 mil nos próximos cinco anos.

Por fim, ainda há a proposta de se criar a regra do teto remuneratório do serviço público, fixado pelo salário de ministro do Supremo Tribunal Federal (R$ 33,7 mil). O desejo do governo é disciplinar a aplicação e a metodologia de cálculo dos salários e, com isso, reduzir R$ 800 milhões de despesa obrigatória.

Voltando ao assunto do corte dos concursos públicos para o próximo ano, devem ser afetados os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e contribuirá para a redução de R$ 1 bilhão e meio. Para implementar a medida, segundo o MPOG, é necessário alterar os planejamentos orçamentários ora vigentes.

Mas, e quanto ao candidato que está estudando para ingressar na carreira pública, deve esmorecer? A resposta é não! Crises no setor de concursos são temporárias - isto é mais um motivo para que o concurseiro tenha perseverança.

O concurseiro precisa entender que o país não funciona em função dele. Concursos podem acontecer ou não no tempo inicialmente previsto, mas isto não significa que eles não acontecerão em algum momento. Se o candidato está se matando de estudar e tomou um banho de água fria neste atual momento, precisa parar de se lamuriar e voltar aos estudos. Olhe pelo lado bom: sobrará mais tempo para estudar.

Para 2015, que já está sendo um ano difícil para os concursos, nem tudo foi/está perdido. Temos aí as promessas dos Correios, INSS, IBGE e outros órgãos federais já autorizados, além de diversos concursos previstos em nível estadual e municipal. Portanto, o momento é de ter paciência e perseverança.

Perseverança significa ter  persistência, não desistir ou desanimar com facilidade, ser constante no que se refere às determinações humanas. Por incrível que possa parecer, o melhor momento para exercitar ainda mais a perseverança, é justamente na crise, como a que o país atravessa desta vez. O candidato deve lembrar que governos municipais, estaduais e federais somente contratam por concurso - pelo menos é o que está assegurado em lei para a maioria dos setores públicos, embora coexistam outros tipos de contratações. Logo, não é o momento de afobação e achar que a "máquina" irá parar. Todos os anos funcionários públicos se aposentam, são exonerados, falecem, trocam de cargos...

A única - e melhor - coisa a fazer hoje é prosseguir tocando os nossos projetos. Prosseguir trabalhando duro e estudando, participando de concursos que estão (ou serão) abertos em Municípios, Estados ou mesmo os nacionais já confirmados.

A maratona tem que continuar.

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