Sistema digestório humano: entenda como funciona o sistema digestivo

O sistema digestório humano é formado por vários órgãos que possuem a função de transformar os alimentos utilizando-se de processos químicos e mecânicos.

O sistema digestório humano, ou digestivo, como é bastante conhecido também, tem um papel mais do que importante no bom funcionamento do corpo, pois é ele que digere os alimentos, retirando deles os macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) e os micronutrientes (vitaminas e minerais) dos quais o organismo precisa para manter-se vivo e saudável.

O processo digestório começa a partir do momento em que uma pessoa come ou toma alguma coisa. A partir daí, dependendo do que foi consumido, a digestão pode levar de 12 a 24 horas para acontecer por completo. Todo esse processo de digestão pode acontecer de duas formas diferentes:

  • Digestão mecânica: é a mastigação dos alimentos, que são ainda mais triturados pelo estômago;
  • Digestão química: é a que acontece depois da digestão mecânica, quando as enzimas digestivas entram em ação para digerir os nutrientes.

O que é o sistema digestivo?

O sistema digestivo é feito de órgãos, processos e elementos. Quando você come uma maçã, por exemplo, a primeira ação do sistema digestório é o contato da maçã com a boca e com a mastigação, fundamental para que o alimento possa ser deglutido.

A mastigação faz com que as glândulas salivares liberem saliva que, por sua vez, tem enzimas que ajudam a separar todos os compostos dos alimentos para que o corpo absorva o que é necessário.

As enzimas digestivas proporcionam essa quebra dos componentes alimentares — a enzima amilase, por exemplo, transforma o amido (presente em alimentos como batata, arroz e feijão) em moléculas bem menores, capazes de ser mais bem absorvidas pelo organismo. As enzimas digestivas são:

  • Amilase: transforma o amido em moléculas menores;
  • Protease: transforma as proteínas em moléculas menores;
  • Lipase: transforma os lipídios em moléculas menores.

Órgãos do sistema digestório

O primeiro órgão envolvido na digestão é a boca, por isso é correto dizer que o processo digestivo começa a partir da primeira mordida. Com a liberação da saliva, transformamos o alimento mastigado em uma massa hidratada que é chamada de bolo alimentar.

Tubo digestório alto – boca, faringe e esôfago

O tubo digestório alto corresponde aos primeiros órgãos envolvidos na digestão dos alimentos, começando pela formação do bolo alimentar na boca. Esse bolo, por sua vez, passa pelo segundo órgão envolvido na digestão: a faringe.

Importante saber que a faringe também faz parte do sistema respiratório — por ela passa tanto o bolo alimentar quanto o ar que respiramos, cada um em um canal específico e que nunca se encontram.

O bolo alimentar desce pela faringe com a ajuda dos movimentos peristálticos, que são contrações involuntárias responsáveis por levar o alimento mastigado até o esôfago, o tubo que liga a faringe ao estômago.

Tubo digestivo médio – estômago e intestino delgado

O alimento triturado que chega ao estômago é recepcionado por um mar de suco gástrico, formado por sais, enzimas e ácido clorídrico. A função do suco gástrico é quebrar moléculas para possibilitar a sua absorção pelo corpo, e quem domina essa arte são elas, as enzimas:

  • Lipase: esta enzima é a responsável pela quebra das moléculas de gordura;
  • Pepsina: enzima que atua na quebra das moléculas de proteína.

O suco gástrico transforma o alimento em quimo, que é uma massa com consistência espumosa e bastante ácida que caminha para o intestino delgado, uma estrutura com cerca de sete metros de comprimento. Embora a descrição dessa parte do processo digestivo pareça simples, na verdade ela pode durar até quatro horas.

Chegando ao intestino delgado, aquela massa espumosa entra em contato com três líquidos em uma pequena parte do intestino chamada duodeno. Os líquidos presentes no duodeno são:: a bile, que vem do fígado; o suco pancreático, produzido pelo pâncreas; e o suco entérico, que é produzido pelo intestino delgado e liberado pelas células do duodeno.

Essa mistura de líquidos age no quimo transformando-o em quilo, que é um volume riquíssimo em nutrientes e com a acidez neutralizada. É na formação do quilo que o organismo produz moléculas essenciais para o funcionamento do corpo, como a glicose e os aminoácidos, que passam a ser absorvidos e lançados na corrente sanguínea.

Tubo digestório baixo – intestino grosso e reto

Todo o material que o corpo não absorve do quilo continua seguindo seu caminho até chegar ao intestino grosso. É neste órgão que o organismo absorve toda a água ingerida através de alimentos e bebidas. Depois disso, o corpo começa a preparar uma massa para liberar os resíduos alimentares, aquilo que não foi digerido. Esses resíduos, como já dá para deduzir, são transformados em bolo fecal.

Os movimentos intestinais são responsáveis por enviar esses resíduos em direção ao reto, que é o último órgão do intestino grosso. Depois disso, os resíduos são eliminados por meio das fezes – o cheiro nada agradável dos dejetos tem a ver com o processo de fermentação feito pelas bactérias naturalmente presentes no intestino.

Órgãos anexos do sistema digestório

Além dos principais órgãos envolvidos no processo digestivo, existem também também os órgãos digestivos acessórios ou anexos, que também são fundamentais para o processo de digestão, mas não fazem parte diretamente do trato gastrointestinal (boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus).

São os órgãos anexos, portanto: dentes, língua, glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas. Retomando o que foi dito anteriormente, esses órgãos são responsáveis pela produção de sucos e enzimas que auxiliam a quebra das substâncias alimentares e a formação do bolo alimentar em quimo, quilo e fezes.

O que pode interferir na digestão

Não é à toa que o termo “má digestão” é bastante popular. Muitos fatores podem influenciar a forma como o processo digestivo acontece e isso tem impactos em termos de saúde e bem-estar. Veja quais fatores prejudicam o seu trabalho digestivo:

  • Em relação ao alimento consumido: tanto a quantidade quanto a qualidade do que você come tem o poder de acelerar ou desacelerar o processo de digestão, além de interferir na sensação de saciedade.
  • Questões psicológicas: as sensações provocadas pela aparência, pelo cheiro ou pelo gosto dos alimentos têm a capacidade de aumentar a produção de saliva e de sucos estomacais, resultando na baixa digestão alimentar e em uma queda da quantidade de nutrientes absorvidos pelo corpo. Sentimentos de tristeza e estresse, por outro lado, diminuem a produção de secreções e desaceleram a motilidade intestinal.
  • Microbiota digestiva: o papel das bactérias naturalmente presentes no intestino pode ser alterado pelo uso de certos antibióticos, que induzem a resistência bacteriana, ou a eventos que provoquem a diminuição da produção de ácido clorídrico no estômago, resultando em azia ou gastrite.
  • Processos alimentares: a forma como um alimento é preparado para o consumo também pode interferir no processo digestivo. Alimentos crus são digeridos mais lentamente do que os cozidos, por exemplo.

Sintomas gastrintestinais persistentes, como gases, refluxo, azia, dor abdominal, prisão de ventre, diarreia e náuseas podem indicar outros problemas digestivos. Nesses casos, recomenda-se uma consulta com um médico gastroenterologista.

Exercícios sobre sistema digestório

1. (Fuvest-SP) – Qual cirurgia comprometeria mais a função do sistema digestório e por quê: a remoção dos vinte e cinco centímetros iniciais do intestino delgado (duodeno) ou a remoção de igual porção do início do intestino grosso?

a) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois nele ocorre a maior parte da digestão intestinal.
b) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois nele ocorre a absorção de toda a água de que o organismo necessita para sobreviver.
c) A remoção do intestino grosso seria mais drástica, pois nele ocorre a maior parte da absorção dos produtos do processo digestório.
d) A remoção do intestino grosso seria mais drástica, pois nele ocorre a absorção de toda a água de que o organismo necessita para sobreviver.
e) As duas remoções seriam igualmente drásticas, pois tanto no duodeno quanto no intestino grosso ocorrem digestão e absorção de nutrientes e de água.

Resposta: A, pois a retirada do duodeno é a mais drástica, há que nele ocorre a maior parte da digestão intestinal.

2. O intestino grosso é um órgão de aproximadamente 50 cm de comprimento e 7 cm de diâmetro, podendo ser dividido em: ceco, colo e reto. Esse órgão está relacionado com:

a) a digestão mecânica do alimento.
b) a digestão de gorduras.
c) a digestão de proteínas.
d) a absorção de água.
e) a quebra de amido.

Resposta: D, pois no intestino grosso ocorre a absorção de água e sais minerais, além da formação das fezes.

3. O pâncreas e o fígado são glândulas anexas do sistema digestório humano. Entre as funções do fígado, destaca-se a capacidade de produção de uma substância que atua emulsificando gorduras. Essa substância recebe o nome de:

a) tripsina.
b) pepsina.
c) bile.
d) amilase.
e) lipase pancreática.

Resposta: C, o fígado produz a bile, que emulsifica as gorduras.

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