Futebol: regras, fundamentos e história do esporte

Conheça a história do futebol desde a sua origem até se tornar o esporte mais popular e democrático do mundo.

O futebol é, sem sombra de dúvidas, o esporte mais popular do mundo. O exercício, que encanta desde adultos até crianças, é hoje praticado pela maioria quase absoluta do planeta. Para se ter uma ideia da grandeza do esporte, há mais países filiados à Federação Internacional de Futebol (FIFA) do que a própria Organização das Nações Unidas (ONU).

Enquanto a ONU conta com 193 países aptos a participarem da Assembleia Geral realizada anualmente, a entidade que gerencia o futebol mundial conta com 211 associações nacionais filiadas, todas elas com seleções próprias que disputam as competições chanceladas pelo órgão.

A estimativa é de que existam mais de 300 mil clubes de futebol, 3 milhões de praticantes e 3,5 bilhões de torcedores ao redor do globo. Sua principal competição, a Copa do Mundo, reúne, desde a fase de classificação, cerca de 130 países e milhões de espectadores, reunidos ao redor do mais importante evento do mundo esportivo.

Introduzido no Brasil pelo brasileiro descendente de ingleses, Charles Miller, em 1894, o futebol se tornou, ao longo do tempo, uma unanimidade nacional. Sendo o principal esporte praticado no país, desde então, a seleção brasileira se tornou uma referência do esporte internacional, tendo vencido 5 Copas do Mundo, o maior número já conquistado até hoje.

O futebol, disputado classicamente entre duas equipes, cada uma com 11 jogadores, que utilizam principalmente os pés e a cabeça para movimentar a bola em direção ao campo adversário, tem o objetivo de colocá-la dentro do gol.

A partida se divide em dois tempos de 45 minutos, com um intervalo de 15 minutos. A equipe vencedora é aquela que pontuar o maior número de gols. Até chegarmos ao futebol moderno praticado atualmente, entretanto, o esporte passou por inúmeras etapas de aperfeiçoamento e evolução.

Conheça agora um pouco mais sobre a história desse esporte, bem como as principais regras, fundamentos e campeonatos disputados pelo movimentado universo do futebol.

História do Futebol

Partindo do princípio que antigamente havia diversos jogos de bola com o pé, que antecederam o futebol, a origem da prática remonta um período de muitos séculos atrás, que pode ser dividida em cinco fases primordiais.

A primeira compreende os diversos tipos de exercício de futebol praticados na Antiguidade, pelos povos da Ásia, América Pré-Colombiana e Europa. Há inclusive, teorias científicas que apontam que o futebol já era praticado na pré-história.

Isso porque o ser humano teria sido atraído a brincar com objetos esféricos, desenvolvendo práticas que podem ser consideradas precursores do esporte atual. Achados arqueológicos, inclusive, indicam que os jogos com bola, praticado com o pé, já era conhecido no Egito e na Babilônia, há mais de trinta séculos.

Além disso, sabe-se que na China, no ano 206 a.C., foi publicado um regulamento de um jogo de bola com os pés, atribuídas ao treinamento militar, praticado desde o tempo do imperador Shih Huang-ti Che Houng-ti, por volta de 2.500 a.C.

Foi na Grécia, entretanto, que se encontraram comprovadamente os primeiros indícios de um estilo semelhante ao futebol, intitulado de “Episkuros”. Esse jogo consistia na disputa de uma bexiga de animal, enchida de ar ou areia, que era disputada por dois grupos de atletas que deveriam levá-la até determinado ponto.

Quando Roma dominou a Grécia, em 150 a.C., o Episkuros foi adotado pelos conquistadores romanos, recebendo o nome de Harpastum. O jogo era praticado num campo delimitado por duas linhas, chamadas de metas. Cada equipe perseguia a bexiga de animal coberta por uma capa de couro, que podia ser carregada com os pés ou com as mãos.

A história indica que, provavelmente, os romanos levaram a outros povos o seu jogo de bola, a medida que dominava os povos ao longo do Mediterrâneo. A segunda fase da história do futebol acontece na Idade Média e Renascença.

O “Calcio”, jogado com os pés e as mãos, por equipes com 27 jogadores divididos por um campo com duas metades iguais, é registrado em Florença, durante esse período.

Ainda na Idade Média, na Gália e depois na Bretanha, surgiu o “Soule”. Praticado com uma bola de couro preenchida por feno ou farelo, e jogado com os pés, a prática permitia a distribuições de socos e até rasteiras. Conflituoso, o jogo podia ocasionar em mortes, daí a expressão “violento esporte bretão”.

Deste então, o futebol se popularizou rapidamente na Inglaterra, sendo difundido amplamente entre todas as camadas do corpo social. As competições entre cidades vizinhas, muitas vezes, transformava-se em uma verdadeira batalha campal, por isso foi proibido pelo rei Eduardo II, em 1314.

No entanto, a repressão não foi obedecida, e o esporte continuou a crescer, clandestinamente. A resistência da monarquia inglesa persistiu até o século XVIII. Somente no início do século seguinte, com a atenuação da violência e as tentativas de regulamentar o jogo é que o jogo foi aceito pela maioria dos habitantes, dando início a terceira fase da origem do futebol moderno.

Na década de 1830, Thomas Arnold (1795-1842), que reformou o ensino superior inglês e defendia a importância do esporte na educação, introduziu o futebol nas escolas públicas inglesas. A atividade foi adotada por diversas escolas e universidades. Neste ponto da história, porém, as regras ainda não estavam consolidadas e houve reação contra o uso das mãos no jogo.

Para resolver as contradições relacionadas à prática, a Universidade de Cambridge publicou, em 1846, o primeiro regulamento aprovado e homologado do esporte. Como as divergências não cessaram, em 26 de outubro de 1863, os partidários do futebol que utilizavam apenas os pés fundaram a Football Association, para uniformizar o uso das regras.

No mesmo ano, teve início a disputa da taça da Football Association e, no ano seguinte, realizou-se a primeira partida internacional, entre Escócia e Inglaterra. A quarta etapa do futebol destaca, finalmente, o nascimento do futebol moderno, realizado numa taberna londrina, em 26 de outubro de 1863.

No início, o futebol ainda amador se baseava principalmente no conceito individual do “corpo-a-corpo”. As equipes jogavam com até sete atacantes, até que, em 1883, a Universidade de Cambridge propôs a organização com cinco atacantes.

A profissionalização do esporte foi pressionada a partir da entrada de jogadores escoceses no país, em 1885, levando à evolução técnica e tática do jogo.

A quinta e última fase da história do futebol começa a partir da internacionalização do esporte, no começo do século XX. A popularidade do jogo, que se espalhou por todo o mundo, levou à criação da organização internacional da FIFA, em 1904, tendo como países fundadores a Bélgica, Dinamarca, França, Países Baixos, Espanha, Suécia e Suíça.

A FIFA tem como responsabilidade a uniformização das regras do futebol, elaboradas pela Internacional Board, e a organização do torneio internacional dos países filiados, amplamente conhecida como Copa do Mundo, disputada desde 1930.

História do Futebol no Brasil

O futebol chegou ao Brasil, em 1894, trazido pelo brasileiro Charles Miller (1874-1953), filho de inglês, que desembarcou em São Paulo trazendo consigo duas bolas de couro e as regras aprovadas pela Football Association.

Miller não demorou para mostrar a novidade para seus amigos do São Paulo Athletic Club, fundado em 1888 por britânicos e descendentes. A história conta que “numa tarde fria no outono em 1895”, ele reuniu os amigos e os convidou para disputar uma partida de futebol.

“Aquele nome por si só era novidade, já que naquele tempo somente conheciam o críquete. As perguntas mais comuns eram: como é esse jogo?, com que bola vamos jogar?”, relata.

A primeira partida organizada por Miller aconteceu na Várzea do Carmo, em 14 de abril de 1895. Estiveram em campo britânicos que trabalhavam na Companhia de Gás, funcionários do London Bank e trabalhadores do transporte ferroviário, da São Paulo Railway.

A partir de então, vários clubes se formaram: em 1898, o São Paulo Athletic Club e, no ano seguinte, a Associação Atlética Mackenzie College e o Sport Club Germânia.

No Rio de Janeiro, o pioneiro a introduzir os jogos de futebol no estado fluminense foi Oscar Cox (1880-1931), que estudou na Europa e trouxe de lá a paixão e os materiais esportivos.

Depois de organizar partidas entre uma equipe criada por ele e o Rio Cricket and Athletic Association, de Niterói, Cox tornou-se um dos líderes do movimento que resultou na fundação do Fluminense Futebol Clube, em 1902.

Um conflito nos bastidores, porém, culminou na divisão do clube. Os jogadores que saíram fundaram, em 1911, o departamento de futebol do Clube de Regatas do Flamengo.

Embora reunisse os melhores jogadores da época, que haviam sido campeões no ano anterior, o Flamengo perdeu o primeiro jogo para o Fluminense, por 3 a 2, nascendo aí a célebre rivalidade intitulada de “Fla x Flu”.

A partir de 1910, surgiram diversos clubes e federações por todo o país. Cada estado, individualmente, começou a realizar seu próprio campeonato, fazendo crescer o interesse do público e da imprensa sobre o novo esporte. Em 1914, criou-se a Federação Brasileira de Sports e, dois anos mais tarde, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Diante da difusão do futebol em todo o país foi organizado, em 1922, o primeiro campeonato das seleções estaduais.

É importante ressaltar que, durante quase quarenta anos, o futebol foi exercido no Brasil principalmente por amadores — estudantes, empregados de companhias industriais e jovens de nível social elevado. Somente em 1933, oficializou-se, no Rio de Janeiro e São Paulo, o profissionalismo do esporte.

Em 1938, foi realizada a primeira Copa em que o Brasil chegou às semifinais, ficando em terceiro lugar. As altas arrecadações geradas com as partidas despertaram a atenção dos governos, estimulando a construção de estádios. O maior deles, o Maracanã, foi inaugurado no Rio de Janeiro em 1950, para a quarta edição da Copa do Mundo. 

Regras do Futebol

As leis gerais que regem o futebol foram elaboradas em 1938 pela International Football Association Board (IFAB). O documento, que compreende 17 regras e uma série de outras decisões suplementares, sofreram alterações de acordo com a evolução técnica e tática do esporte.

Dentre as regras relativas ao campo, as diretrizes atuais orientam que o futebol seja jogado num campo gramado com medidas máximas de 120 metros de comprimento e 90 metros de largura e mínimas de 90 metros de comprimento e 45 metros de largura.

Nos jogos internacionais, as medidas máximas estabelecidas são de 110 metros de comprimento por 75 metros de largura e mínimas de 100 metros por  64 metros de largura.

O campo deve estar dividido ao meio por uma linha transversal. No centro, destaca-se um círculo com raio de 9,15m. É neste ponto que se dá a saída para o início de cada tempo de jogo ou sempre após a marcação de um gol.

As balizas, chamadas de gol, são formadas por duas traves verticais, separadas por 7,32 metros, e unidas por um travessão horizontal de 2,44 metros, que sustentam a rede do lado de fora do campo.

Em frente às balizas há duas áreas. A pequena área, ou do goleiro, dista 5,5 metros e é utilizada para a cobrança do tiro de meta, sempre que bola ultrapassa a linha de fundo.

Já a grande área, cujo limite alcança 16,5 metros das traves, é utilizada sempre que uma cobrança é executada por tiro livre direto, a 11 metros do gol.

Fora da grande área também é desenhado um arco de circunferência, chamado de meia-lua, com 9,15 metros de raio, sendo o centro da cobrança dos pênaltis.

Nos vértice das laterais, marcados por bandeiras, são cobrados os escanteios, a cada vez que a bola é lançada para a linha de fundo, após o toque de um jogador da equipe defensora.

As regras do futebol também estabelecem critérios gerais em relação à bola. Esférica e coberta de couro, a bola deve ter entre 68 centímetros a 71 cm de circunferência e pesar de 39 gramas a 453 g.

As normas determinam que os jogadores não podem usar as mãos para impulsionar e movimentar a bola, com exceção do goleiro, dentro do limite da grande área, ou qualquer outro jogador, durante a cobrança do arremesso lateral.

A única autoridade dentro do campo é o árbitro, que conta com o auxílio de dois juízes de linha, fixados nas bandeirinhas. Cabe ao juiz a aplicação de regras, decisão sobre lances, cronometragem do jogo, punição aos atletas, bem como a vistoria do gramado, a avaliação das condições de segurança do estádio, as interrupções e reinício das partidas e as anotação de ocorrências.

A função dos juízes de linha, por sua vez, é indicar quando a bola sai de jogo, assim como a cobrança de escanteios, tiros de meta ou arremessos laterais. Considera-se que a bola está fora de jogo quando ela atravessa completamente as linhas laterais ou de fundo do campo, quando se marca um gol ou quando o juiz interrompe a partida.

A reposição de bola pode ser feita por meio de tiro livre, tiro de meta, arremesso lateral, escanteio ou bola no chão. Na cobrança de faltas, nenhum jogador adversário pode estar a menos de 9,15 metros da bola. Já o tiro livre indireto deve ser cobrado após obstruções ou jogadas consideradas perigosas pelo juiz.

As infrações relacionadas às faltas contra o adversário e toque de mão ou braço na bola são punidas com tiro livre direto e/ou cartões dados pelo árbitro, quando há percepção de intencionalidade e risco de decisão da partida.

O juiz pode dar um cartão amarelo ou vermelho para o atleta, dependendo da gravidade da falta cometida. O primeiro caso serve de alerta e acumula pontos negativos para o jogador, sendo que a reincidência de um amarelo na mesma partida implica na sua saída da partida.

Já o cartão vermelho, mais decisivo e severo, é aplicado pelo juiz quando ele percebe a repetição contundente de faltas violentas, atos de indisciplina ou desrespeito. Nessa situação, o jogador é expulso imediatamente do campo.

Regra do Impedimento no Futebol

O impedimento, ou “fora-de-jogo”, é considerado uma das regras mais complexas do futebol. Isso porque o fundamento envolve posicionamento do jogador do campo e a capacidade de avaliação do árbitro.

Muitas vezes os fatores que determinam a regra tratam centímetros e frações de segundo, o que contribui para as polêmicas envolvendo decisões duvidosas.

Em linhas gerais, o impedimento acontece quando o jogador recebe o lançamento de um companheiro no campo de ataque, estando mais próximo da linha de fundo que o penúltimo jogador adversário.

Em jogadas de linhas de fundo ou quando a bola é tocada para trás, não há impedimento. O mesmo vale para quando um jogador do time adversário toca na bola, após um jogador do outro time efetuar um passe.

Apesar do ângulo desfavorável, o escanteio quase sempre é cobrado em forma de cruzamento direto para se aproveitar as vantagens táticas resultantes da falta de impedimento na jogada.

Fundamentos do Futebol

Os fundamentos técnicos do futebol podem ser explicados em dois tipos de ações: movimentos sem bola e movimentos com bola. A primeira situação compreende os saltos, giros e corridas dos atletas, enquanto a segunda trata diretamente das recepções de bola, passe, chutes e dribles durante a partida.

Para uma melhor prática do futebol com bola, o jogador deve ter conhecimento e domínio de algumas técnicas básicas do esporte, como condução, passes, chutes, dribles, cabeceios, arremessos laterais e cobrança de faltas.

A condução é explicada pelo ato do jogador em deslocar-se pelos espaços e brechas encontradas entre os jogadores adversários, enquanto avança com a posse bola.

Para tanto, o atleta precisa calibrar o tipo de toque adequado a cada situação, manter uma postura e velocidade de acordo com as possibilidades encontradas durante o deslocamento e manter a bola a uma distância que facilite a condução.

O passe é um elemento técnico que preconiza o fundamento de chute, tendo em vista que o jogador precisa impulsionar a bola para seu companheiro de time.

Sua técnica exige do jogador um posicionamento favorável do corpo favorável, o pé de apoio na bola, a projeção da perna e o toque propriamente dito, que culminará no chute.

O chute, por sua vez, é o ato de golpear a bola com único toque. Estando ela parada ou em movimento, a ação pretende desviar ou dar trajetória certa ao instrumento, de modo favorável ao jogador que executa a estratégia. O principal objetivo do chute é emplacar um gol ou impedir o prosseguimento de um jogador adversário.

O cabeceio, por outro lado, impulsiona a bola por meio da utilização da cabeça.  O gesto pode ser aplicado tanto para ações ofensivas como defensivas, assim como pode ser executado em movimento ou parado.

Já o drible, também chamado de finta, utiliza a variação de movimentos rápidos das pernas na tentativa de ludibriar o adversário. De origem inglesa (dribblling), o termo original versa sobre a progressão da bola.

O termo correto para a ação de desvencilhar-se do jogador opositor seria finta, mas, como a palavra drible tornou-se muito utilizada neste sentido, costumam ser apresentados como sinônimos.

Por fim, a recepção indica a dominação do jogador sobre a bola após o recebimento de um passe. Nos casos em que o passe dá errado e o jogador adversário consegue dominá-la, diz-se que houve uma interceptação da bola.

Aspectos físicos do futebol

Até 1880 ainda não havia um sistema de jogo bem estruturado no futebol. Ou seja, os jogadores ainda não eram distribuídos, de maneira organizada, para desempenhar as diversas funções específicas de ataque e defesa durante o jogo.

Naquela época, basicamente, as equipes eram formadas por um goleiro e dez atacantes. O primeiro sistema uniformizado, que ficou conhecido como “formação clássica”, e persistiu até 1925, era formado por um goleiro, cinco atacantes, dois zagueiros e três médios.

Foi a partir da mudança da lei de impedimento, que passou a dar condição de jogo ao atacante que tivesse dois e não três jogadores a sua frente, que as equipes passaram a se tornar mais ofensivas. Herbert Chapman (1878-1934), treinador do Arsenal de Londres, inovou o sistema com o desenvolvimento do chamado WM Ortodoxo.

Nesse sistema, recuou-se um jogador a mais para atuar na defesa, além de outros dois meias também recuados para ajudar os outros dois médias, nas laterais direita e esquerda. Essa estratégia, entretanto, foi criticada por ser muito defensiva, dificultando a atuação individual dos jogadores.

Surgiu, então, o WM clássico, que alternava o posicionamento entre os médios e os meias de acordo com a necessidade defensiva ou ofensiva de cada jogada. Foi neste momento que caiu a teoria de que os médios não podiam ultrapassar a linha do meio de campo e nem os meias recuar.

Em 1940, o técnico Flávio Costa (1906-1999), então no Vasco da Gama, chamou atenção por adaptar o WM clássico. Seu sistema ficou conhecido como diagonal, uma vez que a posição dos meias e laterais formava um trapézio ao invés de um quadrado.

Vários outros sistemas apareceram ainda, como o “ferrolho suíço”, o “beton francês”, o “turbilhão”, “carrossel” e “4-2-4”. Com as inovações, o meia-esquerda, mais avançado, passou a ser chamado de ponta-de-lança, e o meia-direita, de armador.

O famoso sistema “4-2-4” foi considerado durante muito tempo como a estratégia de jogo mais equilibrada entre ataque e defesa, sendo utilizado amplamente como padrão pelo futebol brasileiro. Inclusive, o Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 utilizando esta organização.

Com a evolução do futebol, novos sistemas continuaram surgindo e o 4-2-4 se transformou em 4-3-3. Em 1990, foi introduzido o sistema 3-5-2, e na Copa de 1994, o 4-4-2. No fundo de todos os sistemas equilibrados e dinâmicos está o princípio de que o jogador deve exercer o maior número de funções possíveis, indo além de sua posição fixa, para conquistar a vitória do time.

Copa do Mundo

O francês Jules Rimet, então presidente da FIFA, em 1928, foi a mente responsável pela criação de um torneio de futebol internacional realizado de quatro em quatro anos: a Copa do Mundo.

O troféu de ouro maciço, que mais tarde ganhou o nome de Taça Jules Rimet, seria dado ao vencedor como posse provisória, até que algum país o conquistasse por três vezes.

A I Copa do Mundo foi disputada no Uruguai, em 1930, por 13 países. A longa viagem pelo oceano foi responsável por dificultar a participação de muitas seleções europeias. A competição foi disputada em três fases, sendo que o Brasil foi eliminado pela Iugoslávia logo na primeira. A final, disputada entre Argentina e Uruguai, terminou com a vitória dos anfitriões por 4 a 2.

Melhor organizada e com mais participantes, a II Copa do Mundo foi sediada na Itália, em 1934. Trinta e dois países disputaram a competição através de um sistema simples de eliminatórias. O Brasil foi derrotado ainda na primeira fase, pela Espanha. Já a Itália sagrou-se campeã, vencendo a final contra a Tchecoslováquia.

A III Copa do Mundo, realizada na França, em 1938, deu o segundo título da Itália, ofuscando os anfitriões da festa do futebol. O Brasil chegou as semifinais, sendo eliminado pelos italianos, por 2 a 1.

Com a Segunda Guerra Mundial, houve uma interrupção de 12 amargos anos no torneio mundial. A IV Copa do Mundo só foi realizada em 1950, no Brasil, sendo palco de uma das derrotas mais tristes para o futebol brasileiro. A seleção brasileira perdeu a final em casa para o Uruguai, por 2 a 1.

O primeiro título mundial da seleção brasileira viria na VI Copa do Mundo, na Suécia, em 1958, contra os próprios anfitriões, tendo Garrincha, Didi e Pelé como os grandes protagonistas da partida. Na sequência, a VII Copa, no Chile (1962), o Brasil reafirmou sua superioridade, conquistando o bicampeonato.

Na IX Copa do Mundo, organizada no México, em 1970, a seleção brasileira obteve a posse definitiva da taça Jules Rimet, roubada anos mais tarde. O evento foi televisionado pela primeira vez ao vivo, atraindo a atenção dos olhos do mundo. Com uma campanha notável, a equipe brasileira, treinada por Zagallo, venceu todos os seis jogos, com 19 gols no total. Foi nesta Copa que Pelé foi consagrado definitivamente como o “rei do futebol”.

Somente em 1994 o Brasil voltaria a conquistar o título de campeão do mundo pela quarta vez. Disputado nos Estados Unidos, o evento registrou audiência recorde, com 3 bilhões de espectadores ao redor do globo. Pela primeira vez na história a partida final foi definida nos pênaltis. O Brasil venceu a Itália por 3 a 2, conquistando o tetracampeonato.

Depois disso, o Brasil voltou a ganhar o título em 2002, contra a Alemanha, por 2 a 0, no Japão, tornando-se a única seleção pentacampeã da história do Futebol. Em 2014, entretanto, a Copa do Mundo realizada no Brasil foi palco de uma das maiores derrotadas da seleção canarinho, perdendo por um vexatório resultado de 7 a 1 contra a Alemanha.

A vigésima segunda edição da Copa do Mundo, a ser realizada em 2022, no Catar, ainda aguarda os jogos eliminatórios para definir todas as seleções que disputarão o campeonato mundial. Por causa da pandemia, os jogos foram paralisados, aguardando um cenário com maior segurança para a realização das disputas.

Principais competições e campeonatos

  • Taça da Europa: A Taça da Europa, também chamada de Taça Europeia dos Clubes Campeões, é uma competição anual desenvolvida em 1954 pela revista francesa L’Équipe. Ela foi disputada pela primeira vez, no ano seguinte, sob controle da União Europeia de Futebol (UEFA). Dela participam os campeões nacionais de todos os países europeus, além do vencedor da Taça da Europa anterior.
  • Recopa: A Recopa, ou Taça Europeia dos Vencedores das Taças, é disputada anualmente, desde 1960, entre os vencedores das taças nacionais.
  • Taça Europeia das Nações: Também organizada pela UEFA, a Taça Europeia das Nações reúne, desde 1960, todas as seleções nacionais da Europa a cada quatro anos, numa competição disputada nos mesmos moldes da Copa do Mundo.
  • Taça Libertadores da América: A Taça Libertadores da América foi criada em 1960 para reconhecer o campeão de clubes do continente. A competição é realizada entre os clubes campeões e vice-campeões de países latino-americanos. No caso do Brasil, o vencedor do Campeonato Brasileiro e o da Copa do Brasil.
  • Taça Intercontinental de Clubes Campeões: A Taça Libertadores indica a equipe vencedora para disputar com o campeão europeu o Campeonato Mundial Interclubes, ou Taça Intercontinental de Clubes Campeões.
  • Copa América: Criado em 1916, o Campeonato Sul-Americano de Seleções foi considerado, durante décadas, o principal evento do futebol no continente. Em 1979, a disputa ganhou o nome de Copa América e um novo sistema de disputa. Em 1993, o torneio foi estendido às três Américas.
  • Conmebol: A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) promove outros cinco torneios anuais de interclubes. A Supercopa (desde 1988) é disputada entre todos os campeões da Taça Libertadores.

A Copa Masters (1992), entre os vencedores da Supercopa; a Copa Conmebol (1992), entre os vice-campeões nacionais; a Recopa (1989), entre os campeões da Taça Libertadores e Supercopa; e a Copa de Ouro (1992), entre os campeões da Libertadores, da Supercopa, da Copa Masters e da Conmebol.

Principais jogadores da história do futebol brasileiro

 

A Seleção Brasileira de Futebol masculina é uma das favoritas não somente pela quantidade de títulos já conquistados em Copas do Mundo, mas também pelo nível histórico de atuação de alguns jogadores, que deixaram um legado de inspiração em termos de técnica e improvisações individuais desenvolvidas ao logo da carreira.

Dentre inúmeros jogadores, os de maior destaque com atuações importantes na seleção e no cenário internacional são:

  • Pelé: Considerado o maior artilheiro da seleção pela Federação Internacional de Futebol (FIFA). Pelé marcou a história do futebol com sua habilidade de dribles em campo, número recorde de gols em relação a tempo de atuação e como o único a fazer parte das três equipes brasileiras campeãs de Copas do Mundo.
  • Mané Garrincha: Considerado o maior ponta-direita da história da seleção brasileira, sua fama despontou internacionalmente durante a Copa de 1962. Garrincha ficou conhecido por realizar dribles inesquecíveis em inúmeras partidas, mesmo com uma deficiência nas pernas.
  • Zico: Considerado um dos maiores batedores de falta da história do futebol brasileiro, Zico ainda é lembrado como um grande jogador técnico, com visão e tática de jogo. Mesmo não tendo conquistado nenhuma Copa do Mundo, seu talento foi amplamente reconhecido principalmente na Copa de 1982.
  • Romário: O “Baixinho” é tido como um dos melhores jogadores de todos os tempos e o 4º maior artilheiro da seleção brasileira. Venceu a Copa do Mundo de 1994.
  • Ronaldo: Apelidado de “Ronaldo Fenômeno”, o jogador participou da vitória de duas Copas do Mundo, em 1994 e 2002. Também foi eleito como melhor jogador do mundo por três vezes.
  • Ronaldinho Gaúcho: Eleito como o maior artilheiro de sua geração e eleito duas vezes como o melhor do mundo pela FIFA, Ronaldinho Gaúcho conquistou inúmeros fãs ao redor do mundo, sendo ainda apontado dentre os maiores da história do futebol.
  • Neymar Jr: Atualmente, Neymar Júnior se destaca no cenário internacional por sua incrível habilidade individual com a bola. Em 2016, marcou o primeiro gol do título olímpico em 2016. É considerado um dos maiores jogadores do futebol nos dias de hoje.

Mulheres no Futebol

A participação feminina no futebol vem atraindo cada vez mais atenção e público dos amantes do esporte em todo o mundo. Entretanto, os primeiros relatos das atuações desse gênero não são atuais e também remonta os tempos antigos.

Os primeiros relatos datam de 206 a.C., quando as mulheres da dinastia chinesa Han jogavam a variação denominada TSU Chu. Em 1894, finalmente, ativistas fundaram o primeiro clube britânico de futebol feminino, intitulado de Ladies Football Club.

Mesmo em um cenário ainda desvalorizado globalmente, as atletas despontam no universo do futebol, enfrentando preconceitos e conquistando, pouco a pouco, o respeito e a valorização adequada.

A seleção brasileira feminina de futebol se destaca internacionalmente, principalmente através da atuação célebre de Marta, eleita cinco vezes consecutivas a melhor jogadora do mundo pela FIFA.

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