A crônica literária

Derivada do Grego "Chronos", ela significa tempo. São usadas como uma forma de relatar assuntos relacionados à arte, esporte, ciência, fatos do cotidiano etc. De uma maneira muito subjetiva, o cronista imprime sua opinião através de uma crônica.

A Crônica está presente desde 1799, dando o “ar de sua graça”, pela primeira vez, num jornal parisiense: o Journal des Débats. Assim como o pão nosso de cada dia, a crônica tem seu espaço diariamente em jornais. Ela descreve os fatos recentes, portanto, tem uma “validade”.

As crônicas são uma visão muito amigável do cronista compartilhada com o público. Escritores de crônicas são considerados pensadores companheiros, pois, na maioria das vezes, eles escrevem de maneira fácil de ser compreendida e como se falasse diretamente ao leitor numa cafeteria, olho no olho.

Crônicas também são poéticas, engraçadas, bem personalizadas. Feitas mesmo para que possamos entender a opinião do cronista sobre determinados assuntos do dia a dia.

O jornalismo, a literatura e a crônica entre ambos

A crônica é uma fusão de jornalismo (por contar os acontecimentos) e literatura (por poder ser expressada de maneira singular poética e inspiradora). Cronistas são como poetas das notícias. Elas têm seu espaço bem demarcado em jornais por serem muito bem-vindas pelo público que às vezes até anseia pela leitura.

Cronistas de sucesso:

  •  Clarice Lispector: Gaúcho em ritmo de tango-Cosmonauta na terra-Cérebroeletrônico: o que sei é tão pouco.
  • Carlos Drummond de Andrade: O velho-Verbo ser- Cião- Alegria leve.
  • Machado de Assis: O futuro dos argentinos; Ao acaso; Comentários da semana.
  • Fernando Sabino: O homem nu; a cidade vazia; A companheira de viagem; a mulher do vizinho.
  • Rubem Braga: O conde e o passarinho; Ai de ti; o morro do isolamento; O menino e o tuim.
  • Nelson Rodrigues: Primeiras confissões; A cabra vadia, o berro expresso nas manchetes; A mulher do próximo; A pátria sem chuteiras.
  • Lêdo Ivo: O navio adormecido no bosque.

Veja abaixo uma pequena crônica

“Frango com quiabo, costelinha de porco, virado de banana. Isso sem falar no mingau de fubá com ovo e alho – servido com amor sempre que alguém tinha uma gripe – e no creme de ameixa, que adoçava nossos domingos de família.

Com um passado tão bem temperado por lembranças, só podia dar nisso. – Eu preciso das panelas” (Por Cintia Nascimento).

 Mais uma crônica:

Parece ser tão simples de escrevê-la; mas não se engane! A crônica tem suas dificuldades, como as trivialidades, o simples nem sempre é fácil, porém, pode ser muito gostoso.

A delícia de expressar sobre determinado assunto com toda singularidade é imensurável. Vejamos bem: um teclado, uma infinidade de opções, o alfabeto com 25 letras e a mente com a imaginação (in)finita, podem construir uma crônica. 

Comecemos por A+b e o resultado pode surpreender. Mesmo que as palavras demorem a vir… Num instante pode ocorrer de uma boa crônica nascer discretamente no horizonte do papel ou da tela do computador.

Uma forma que demonstra interesse em ser parceiro do(a) leitor(a) cada cronista tenta se aproximar para conversar de igual, assim de maneira muito clara, compreender e não penas escrever para o(a) leitor(a).

De repente, para quem não tinha ideia do que escrever, uma crônica agora se põe no horizonte do papel ou da tela do computador. Isto é mágico como montar um quebra-cabeças, construir um objeto com peças de leggo, cozinhar uma deliciosa receita e perceber que ficou deliciosa ao final.

Eis que uma crônica eu escrevi!

Por Érica Calefi

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