Estrutura e formação de palavras

Palavra pode ser entendida como uma unidade linguística, oral ou escrita, que permite que os seres humanos se expressem e se entendam.

Palavras são formadas por elementos mórficos, também denominados morfemas, que podem ser definidos por unidades mínimas de caráter significativo. Esses elementos mórficos recebem denominações diferentes, dependendo de qual sua função na formação das palavras, podendo ser assim denominados: radical, afixos, desinências, vogais temáticas ou vogais e consoantes de ligação.

Um radical, também chamado de raiz ou tema, é o elemento básico da palavra, o que contém seu significado e que a partir dele é possível identificá-la. Como “livr – ”, “escol – ”, “cert -”.

Afixos são acréscimos, podendo vir antes (os prefixos) ou depois (os sufixos. Os afixos modificam o significado dos radicais e também da classe gramatical destes. Seguindo os exemplos anteriores podemos dizer: “incertamente”, “escolarização”, “livreto”, ou também “internacional”,

Desinências são flexões do radical, ou seja, as flexões do verbo em número, tempo e pessoa. Desinências nominais indicam o nome e o número, utilizando-se das vogais “a” e “o” e o morfema “s”. Alguns exemplos:

Vogal temática

Por último, vogal ou consoante de ligação é um fonema colocado entre os morfemas com a finalidade de auxiliar na pronúncia das palavras. Como por exemplo “pé – z – inho”, “am – a”.

Formação de palavras

Para a formação de palavras, são conhecidos dois processos: o de derivação, com apenas um radical, e o de composição, quando existe mais de um radical.

O processo de derivação consiste na anexação de afixos a uma palavra primitiva, que serve de base. Esse processo pode ser prefixal, sufixal, regressivo, parassintético ou impróprio.

A derivação prefixal se dá pela anexação de um prefixo ao radical, no início da palavra; sufixal por um sufixo, ao final do radical, derivados de verbos, advérbios, adjetivo ou substantivos.

Por exemplo:

In + capaz = incapaz = derivação prefixal

Des + fazer = desfazer = derivação prefixal

Paralela + mente = paralelamente = derivação sufixal

Folha + gem = folhagem = derivação sufixal

A junção de uma derivação prefixal e uma sufixal determina a junção prefixal e sufixal, como também a derivação parassintética que ocorre apenas quando estes aparecem juntos e não fariam uma palavra com sentido caso sejam retirados. Já uma derivação regressiva ocorre quando a palavra primitiva é reduzida a um substantivo e, por último, uma derivação imprópria ocorre quando há a mudança da classe gramatical da palavra, podendo um advérbio tornar-se substantivo no contexto frasal, por exemplo.

Por exemplo:

Des + leal + mente = deslealmente = derivação prefixal e sufixal

Em + triste + cer = entristecer = derivação parassintética

Beijar = beijo = derivação regressiva

Chorar = choro = derivação regressiva

O processo de composição, como o próprio nome diz, trata da composição de uma nova palavra através da junção de radicais. Esse tipo de formação pode ocorrer por aglutinação ou justaposição. Aglutinação se dá quando um ou mais radicais sofrem alterações durante sua junção e justaposição quando esses radicais não sofrem alterações, sendo unidos pelo uso de hífen, por exemplo.

Por exemplo:

Plano + alto = planalto = composição por aglutinação

Ponta + aguda = pontiagudo = composição por aglutinação

Beija + flor = beija-flor = composição por justaposição

Passa + tempo = passatempo = composição por justaposição

Existem ainda outros processos de formação de palavras: o hibridismo, a onomatopeia, o neologismo, a abreviação ou a redução.

A onomatopeia é bastante conhecida: ocorre para representar graficamente alguns sons, variando conforme quem os escreve. O hibridismo é um fenômeno caracterizado pela junção de morfemas de origens geológicas ou idiomáticas diferentes.

A abreviação ou redução pode ser explicada, ao “pé da letra”, quando novas palavras surgem e começam a serem utilizadas a partir de outra maior. Em último caso, está o neologismo, que surge em contextos específicos, conforme a necessidade de seu autor, para determinar algum objeto, sentimento ou algo do tipo, que pode ser decifrado ao se estudar o trecho como um todo.

Por exemplo:

Teve + visão = grego + latim = televisão = hibridismo

Surf + ista = inglês + grego = surfista = hibridismo

Moto = motocicleta = abreviação ou redução

Deletar  = neologismo

Deu zebra = neologismo semântico

Au Au = onomatopeia

Bom! = onomatopeia

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