Ateísmo

O ateísmo é a atitude oposta ao teísmo, caracterizada pelo ato de negar a existência de divindades. Saiba mais sobre essa doutrina e conheça suas diferentes modalidades.

O ateísmo é o estado onde não há crença na existência de qualquer divindade. A palavra ateu deriva do grego théos, que significa Deus ou teísmo. Quando acrescida do prefixo “a”, que significa ausência, forma a palavra ateu, ou seja, uma pessoa “sem Deus” ou “sem teísmo”. Com o prefixo “ismo”, o termo ganha uma conotação de doutrina, princípio ou teoria.

História

A história do ateísmo é tão longa quanto à das próprias religiões, mas tão registrada quando a delas. Seus conceitos perpassam pela antiguidade clássica, com os pré-socráticos, e ganham mais forma durante o Renascimento, em virtude do pensamento cético.

Seu amadurecimento teve força no início do período moderno, com a Revolução Francesa e com a influência de filósofos alemães como Friedrich Nietzsche e Arthur Schopenhauer, que defendiam o racionalismo e o pensamento livre.

Já o século XX foi palco do avanço do ateísmo em diversas sociedades, especialmente em decorrência do encontro de ideias com outras filosofias e doutrinas. Nos anos 2000, surge o Novo Ateísmo, um movimento fundamentado nas ideias de autores ateus modernos que defendem o ataque, combate e crítica às religiões por meio de argumentos racionais.

Modalidades

São diversas as formas existentes de ateísmo, por isso, elas podem ser organizadas em classificações que se baseiam na visão do indivíduo sobre a ideia de divindades. São elas: ateísmo implícito e ateísmo explícito. A primeira é subdividida em ateísmo natural e ateísmo prático, enquanto a segunda é subdividida em ateísmo negativo e ateísmo cético.

Ateísmo implícito

Como o próprio termo sugere, é aquele no qual o ateísmo existe de modo tácito, por isso, constitui-se na desconsideração da ideia de existência de uma divindade, e não na rejeição dessa ideia por algum tipo de conceito.

  • Ateísmo natural: a negativa da existência de deus tem como base a ignorância ou incapacidade intelectual de considerar sua existência. Alguns exemplos são: crianças pequenas, pessoas com certas deficiências mentais, grupos ou populações isoladas.
  • Ateísmo prático: é caracterizado pelo contato prévio com teorias sobre a existência de deus, porém, o indivíduo se mantém neutro, e não assume a postura de refutar ou confirmar tais teorias.

Ateísmo explícito: a crença em divindades é conscientemente rejeitada pelo indivíduo. As causas para tal postura não podem ser apontadas, pois são diferentes para cada ateu.

  • Ateísmo negativo: o fundamento para não acreditar em divindades é o fato de que não há evidências que provem o contrário. Nessa categoria, basta encontrar evidências para justificar a rejeição à existência de deus e, por vezes, apontá-las, mas não há preocupação em refutar a possibilidade dessa existência. Também é chamado de cético.
  • Ateísmo positivo: é fundamentado na postura de negar a existência de divindades. Também conhecido como crítico segue o princípio do ataque à ideia dessa existência por meio da apresentação de argumentos.

O ônus da prova

Os argumentos apontados em favor ao ateísmo são vários, e possuem origens lógicas, ontológicas, epistemológicas e metafísicas.

Um dos principais fundamentos do ateísmo é chamado de ônus da prova. O conceito vem do fato de que as pessoas que creem na existência de divindades (teístas) dizem que elas existem. Assim, a ela cabe a responsabilidade de apresentar o ônus da prova de tal afirmação.

Em alguns casos, os teístas tendem a tentar inverter o ônus da prova e afirmam que, se ninguém provou a inexistência de deus, então ele existe. Para os ateus, essa postura não é válida, pois pode ser utilizado para qualquer coisa, a exemplo de figuras folclóricas, como Papai Noel e Coelhinho da Páscoa.

Outro argumento é que os cristãos assumem o ônus da prova quando, por exemplo, se trata de um deus de outra religião. Assim, também cabe ao ateu assumir a mesma postura em relação a qualquer divindade que seja.

Dados demográficos

De acordo com o Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, 8% dos brasileiros se declararam como “sem religião”, correspondendo a um total de 15,3 milhões de pessoas. Dentre elas, 615 mil se proclamam ateias.

Vários estudos e enquetes têm sido realizados ao longo dos anos sobre o tema. Tais estudos mostram um crescimento do ateísmo na maioria dos países, chegando a representar, atualmente, 85% da população na Suécia. Outros exemplos são a Dinamarca (80%), a Noruega (72%) e o Japão (65%).

Entidades reconhecidas

Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos

Aliança Ateísta Internacional

Freedom From Religion Foundation

American Atheists

Associação Ateísta Portuguesa

Federação Humanista Europeia

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