Cientologia

Uma filosofia de pensamento cujas vertentes causaram e ainda causam algumas controvérsias a respeito de sua própria definição.

CONCEITO

A doutrina conhecida como Cientologia trata-se na verdade de um conjunto de regras e práticas criadas no ano de 1954 e atribuídas ao Norte americano I. Ron Hubbard (1911-1986). Hubbard era escritor e sua especialidade era a ficção científica. Entre os aspectos doutrinários da entidade, podemos citar como principais, o surgimento de uma civilização sem insanidade, criminosos e guerra e liberdade tal de forma que o homem possa viver de maneira próspera fazendo com que também se eleve sua natureza espiritual.

Mas apesar disso, os pensadores da Cientologia não a entendem propriamente como uma igreja ou instituição afim. Mesmo havendo presença de espaços físicos, os locais não lembram em nada os aspectos tradicionais de templos religiosos, onde dispõem de salas de estudo e displays interativos com o objetivo de explicar os princípios da instituição. Nestes espaços também há a presença de ministros com o objetivo de tirar possíveis dúvidas de fiéis ou visitantes.

Além disso, o próprio Hubard, criador da doutrina, entende que a Cientologia (Scientology, no original) é uma religião com o objetivo de oferecer uma diretriz cujo objetivo é conduzir o ser humano a uma compreensão plena de questões de caráter estritamente espiritual. Dessa forma, consequentemente o homem se torna capaz de melhorar seu estado de espírito e suas relações com a família, grupos, com a humanidade e as formas de vida de uma maneira geral, buscando sintonia também com o Ser Supremo.

Hubbard também descreve em seu livro Cientologia, os fundamentos do pensamento, a doutrina como algo que aborda o espírito e não apenas corpo e mente. Acredita que a natureza do homem não se limita apenas ao ambiente que vive e seus genes, mas está composta por um “corpo” de conhecimento cuja extensão se dá a partir de algumas afirmações que ele mesmo denomina de “Verdades Fundamentais”, basicamente divididas em três.

  • O Homem é um ser espiritual imortal;
  • A sua experiência se estende bem além de uma única vida;
  • As suas capacidades são ilimitadas, mesmo que não sejam presentemente realizadas.

Mais que isso, a Cientologia defende ainda que todo homem, inicialmente é um ser de natureza bondosa, e que sua salvação depende de si mesmo, das pessoas com quem convive e da própria realização de fraternidade que o indivíduo desenvolve consigo mesmo e com o universo.

Por último, Hubbard faz questão de enfatizar que sua doutrina não descreve um perfil de religião dogmática, onde em boa parte dos casos existe a solicitação ou mesmo incitação a que se aceite qualquer coisa por meio da fé. Ao contrário, num entendimento mais arbitrário, o ser humano descobre por si mesmo que os princípios adotados na doutrina da Cientologia são verdadeiros após observação e experimentação dos resultados na prática.

CIENTOLOGIA X CRISTIANISMO

Existem muitas teorias a respeito da doutrina da Cientologia. Algumas chegam até mesmo a defini-la como seita e não propriamente uma religião. Há aqueles que comparam seus fundamentos aos da doutrina do Cristianismo e algumas vertentes do espiritismo e ainda outros que contradizem essa afirmação de forma veemente.

Fato é que alguns aspectos comparativos devem ser levados em conta: Tanto a Cientologia quanto o cristianismo acreditam no homem como ser de espírito imortal e que o homem natural (em forma estritamente humana e carnal) é um ser limitado por matéria, espaço, tempo e outros aspectos. Já comparando ao espiritismo, a Cientologia acredita que a salvação do homem só pode ser alcançada através de um processo que, num termo mais restrito, é denominado por seus adeptos de “auditoria”, uma forma de desapego de lembranças ruins e estigmas do passado, cuja prática constante tende a resultar na salvação por meio das constantes reencarnações do espírito (Thetan).

Mas apesar destas comparações, os cristãos mais tradicionalistas entendem que a doutrina da Cientologia em nada se assemelha ao Cristianismo. Os cristãos entendem que pela lógica da Bíblia, a doutrina difere em aspectos considerados fundamentais ao pensamento do cristianismo. Eis alguns:

  • A existência de um Deus soberano, criador do universo e tudo que nele há, inclusive os seres humanos;
  • A salvação só pode ser alcançada por meio da fé em Jesus Cristo, considerado pelos cristãos como o Filho de Deus;
  • A salvação não é passível de merecimento humano e sim uma graça concedida por meio da fé;
  • O pensamento de eternidade baseia-se na crença em uma segunda vinda de Jesus para buscar os seus escolhidos. Desta forma seriam reunidos para uma morada ao lado de Deus, nos ambientes celestiais;
  • Aos que não creem nessa doutrina, está reservado um lugar de tormento que os cristãos reconhecem e denominam como inferno ou Hades. Um lugar real de fato, cujo castigo implica o afastamento total de Deus para estes.

Os cientologistas defendem que Jesus foi apenas um bom mestre que injustamente foi condenado à morte. Não reconhecem a figura de Cristo como o filho escolhido de Deus enviado à Terra para salvar a humanidade.

A CIENTOLOGIA NOS DIAS ATUAIS

A Cientologia hoje é reconhecida mundialmente, principalmente pelo fato de possuir em sua lista de adeptos, muitas celebridades. Artistas como os atores Tom Cruise e John Travolta, o músico Chick Corea, entre outros, são alguns dos que fazem parte e logicamente, suas visibilidades contribuem e muito para a propagação da doutrina. A Cientologia conta hoje com mais de 10 mil templos físicos distribuídos em mais de 160 países.

No Brasil existe uma parcela considerável de pessoas que procuram a Cientologia, e algumas pesquisas apontam que boa parte dos que a fazem, têm como objetivo superar os altos e baixos da vida. Atualmente em nosso país só existem três templos cientologistas e todos se concentram no Estado de São Paulo.

Controvérsias à parte, a doutrina Cientologista vêm crescendo de forma substancial e boa parte desse crescimento está associada à forma como são abordadas as questões humanas e o tratamento evolucionista do próprio homem, seja do campo de visão material terreno ou mesmo do espiritual.

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