Banco Central e Cade suspendem pagamentos via WhatsApp
Pagamentos via WhatsApp foram suspensos pelo Banco Central e pelo Cade com a alegação de que o aplicativo precisa seguir normas do sistema financeiro.
Nesta terça-feira (23/06), o Banco Central e o Cade suspenderam pagamentos e transferência de dinheiro via WhatsApp em todo o Brasil. O BC ainda determinou que as bandeiras dos cartões de crédito, utilizados para os pagamentos, avaliem a situação e seus riscos. Além disso, pede que elas criem garantias de funcionamento dentro dos padrões exigidos pelo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Por outro lado, a justificativa do Cade é de que a forma de pagamentos criada pelo WhatsApp pode causar riscos inadequados para a concorrência.
O Brasil seria o primeiro país do mundo a receber a função de pagamento via WhatsApp. O anúncio foi feito na semana passada. Para isso, o aplicativo passaria por uma grande atualização que incluiria a opção de pagamentos.
Com a suspensão do Banco Central e do Cade, as operações de pagamento do WhatsApp demorarão um pouco mais para chegar a todos os usuários. Enquanto a plataforma não se enquadrar nos termos dos dois órgãos reguladores, as operações não poderão continuar.
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Como funcionaria os pagamentos via WhatsApp?
Os pagamentos pelo WhatsApp aconteceriam dentro do Facebook Pay, um sistema financeiro criado pelo Facebook, dono do aplicativo. A ideia é prestar um serviço semelhante ao WeChat. Na China, é possível fazer pagamentos e transferências de dinheiro pelo celular no mesmo aplicativo que é usado para troca de mensagens.
A ideia do Facebook é utilizar o alcance do WhatsApp para entrar no mercado de pagamentos em cartão de crédito. Somente no primeiro trimestre de 2020, o setor movimentou quase R$ 300 bilhões. Atualmente, o WhatsApp possui 120 milhões de usuários no Brasil, o que quer dizer que grande parte do mercado pode ser alcançado pelo Facebook.
Sendo assim, a empresa investiu em uma maneira de integrar o Facebook Pay aos recursos do aplicativo de mensagens instantâneas. Veja como funcionaria na prática:
No menu do WhatsApp onde está presente a possibilidade de envio de fotos, documentos e localização, terá a opção de se fazer pagamento.
Se a pessoa precisar, ela deve clicar na opção e colocar o valor que ela deseja transferir. Se a pessoa não tiver se cadastrado, uma página de registro será aberta.
Em seguida, a pessoa precisará ler os termos de uso da plataforma e concordar com eles. Depois, será solicitado que o interessado crie uma senha numérica com seis dígitos. Então, a plataforma pedirá alguns dados como nome, CPF e cartão de crédito válido.
Se o cartão for aprovado, uma mensagem via SMS será enviada ao usuário. Nela, constará um código enviado pelo banco do cartão do crédito. Esse código é uma forma encontrada para impedir que cartões roubados sejam utilizados.
Mesmo que a pessoa esteja cadastrada, a cada transferência será pedido ao usuário que digite a senha ou utilize a biometria para que a movimentação financeira seja autorizada.
Ao todo, serão permitidas transferências de até R$ mil por vez. Além disso, dentro de um mês, o valor movimentado não pode ultrapassar R$ 5 mil. Dentro de um dia serão permitidos até 20 pagamentos. De acordo com o Facebook, as movimentações financeiras não terão custos.
Para quem usa WhatsApp Business, existirá algumas restrições como o fato de só ser possível fazer pagamentos por meio de uma conta Cielo. Além disso, ao contrário dos usuários comuns, as transferências de quem é Business terá cobrança de uma taxa de 3,99% sob o valor total. Por outro lado, o número de transferências é ilimitado.
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