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A implantação do regime republicano não modificou a situação das famílias de
trabalhadores do campo, que representavam, naquela época, mais de dois terços da
população nacional. As grandes propriedades continuavam imperando tanto no
litoral quanto no interior do país, onde predominavam os latifúndios
improdutivos. Eram elas a razão principal da miséria e da submissão da massa
rural.
Necessidades mínimas, como remuneração justa do trabalho, boa
alimentação e saúde, estavam longe de ser atendidas, o que gerava insegurança e
insatisfação, além de poder resultar, em certas condições, em fatores de
revoltas violentas contra o poder oligárquico. Foi o que aconteceu em diferentes
regiões entre as últimas décadas do Império e as primeiras décadas da República.
Bandos de cangaceiros irrompiam no sertão, assaltando propriedades dos coronéis,
enquanto milhares de sertanejos, solidários na miséria comum, organizaram
movimentos religiosos, que, em certo nível, chegaram a contestar a ordem
social.
Contra a fome e a miséria que aumentavam com a seca, houve reações da
parte dos pobres do campo. Dentre os movimentos sociais abaixo, aquele que se
caracteriza como um movimento NÃO religioso é o