Dicas de Semântica: sinonímia, paronímia, antonímia, polissemia e outros temas
Confira dicas sobre sinonímia, paronímia, antonímia, polissemia, homonímia, conotação, denotação e colocação pronominal.
As provas de vários concursos públicos e outros processos seletivos cobram continuamente questões que envolvem conhecimentos de Semântica. Trata-se de uma "parte da gramática" que estuda os significados das palavras, expressões, termos. Está ligada diretamente ao sentido conotativo, nos contextos diferentes e em interpretações diversas.
Obviamente, por assim dizer, a Semântica está intrinsecamente relacionada com a Sintaxe, que é a "gramática" do texto em si. Afinal, se houver uma mudança de conectivos, verbos e expressões, o sentido também mudará.
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Para estudar a Semântica, é necessário interpretar o texto e dominar a sua significação ampla e específica, ou seja, saber o que o texto "quer dizer com aquela construção". É a Semântica que permite maior comunicação, logo, maior abrangência. Os conceitos, digamos, mais populares vinculados à Semântica, na prática, são os seguintes:
Sinônimos e antônimos
A dupla "sinônimo e antônimo" é Semântica pura! O sinônimo (daí vem o fenômeno da "sinonímia") é utilizado para expressar o mesmo sentido com palavras diferentes. Mas pode acontecer também que a palavra escolhida não "queria" dizer exatamente a mesma "coisa", uma vez que há palavras específicas para descrever determinada "coisa". Porém, o sentido chega a ser muito perto, muito parecido, dando, portanto, a interpretação correta. Por exemplo, o verbo “criar” e “produzir” podem ser considerados sinônimos. "Almejar" e "desejar" também.
Já o processo de antonímia é justamente o contrário! Antônimas são duas palavras que apresentam significados totalmente opostos. Na prática, pode-se dizer que é mais fácil observar os antônimos, já que as ideias que se contradizem parecem ficar mais óbvias na cabeça das pessoas (ou não?). Os advérbios “bem” e “mal” são antônimos. As palavras “vivo” e “morto” também. Dependerá muito do contexto - como, aliás, praticamente tudo na Língua Portuguesa!
Homônimos, Parônimos e Polissemia
Dizemos que são Homônimas aquelas palavras que podem apresentar muita semelhança entre a escrita e a sonoridade, e ainda possuirem significados diferentes. Há diversos casos de homonímia, como estes:
- Palavras homógrafas: a escrita é igual, mas a pronúncia é diferente. O substantivo “almoço” é pronunciado diferentemente do verbo “almoço”. Já a fruta “manga” tem a mesma pronúncia da palavra “manga”, denominando a peça do vestuário.
- Palavras homófonas: já nessas palavras, é a pronúncia que é igual, mas a escrita é diferente. Por exemplo: “ascender”, “acender”, “sinto”, “cinto”.
- Palavras perfeitas: são aquelas que possuem tanto grafia quanto pronúncia iguais. O verbo “ceder”, no presente fica “cedo” e o substantivo “cedo” também é igual.
- Palavras paronímias: a pronúncia das palavras pode ser muito parecida, mas a grafia se difere. Como em “descriminar” e “discriminar”.
A Polissemia também está relacionada com os homônimos. A polissemia ocorre quando uma palavra pode até ter uma grafia "fixa", mas o seu significado é completamente diferente. Dependendo do contexto, as palavras podem ser interpretadas de forma diferente. Por exemplo: a palavra “banco” pode descrever inúmeros significados (banco = assento de uma praça, banco = assento de madeira/tamborete, banco = instituição financeira, banco = verbo bancar: eu banco).
Conotação e Denotação
Na Semântica também existe a diferença entre os termos "técnicos" Conotação e Denotação. A Conotação diz respeito ao significado que não está presente nos dicionários, logo, a partir de contextos, é possível interpretar de forma diferente determinada palavra (o significado fica "aberto", dando margem a outras significações). Já a Denotação ocorre quando o significado presente no dicionário não permite outra interpretação. Por isso a necessidade de interpretar e compreender o significado da palavra dentro de um texto! A significação está "fechada", não há margem para entendermos outra "coisa".
Hiperônimo e Hipônimo
Para a explicação de Hiperônimo e Hipônimo, é mais fácil observar os exemplos:
“Automóvel” é o hiperônimo de “carro”, pois podemos dizer que, na hierarquia dos significados, tal palavra está "acima" da segunda, uma vez que é mais "generalizante", entende? Por outro lado, a palavra “formiga” é hipônimo de “inseto”, pois expressa ou determina apenas uma das espécies de inseto existente no mundo.
Percebe-se então que o conjunto de palavras denominam o grau do conjunto, se é de ordem “crescente” ou “decrescente”. Como se fosse uma "cadeia alimentar" das palavras!
Colocação Pronominal
A colocação pronominal é definida como o uso do pronome oblíquo junto ao verbo. De maneira geral a colocação pronominal pode ser resumida como sendo a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo.
Os chamados pronomes oblíquos átonos possuem a função sintática de complementar o verbo, mas existem diversas regras que devem ser respeitadas, para que sua colocação em relação ao verbo seja feita de forma correta. Vale lembrar também que os pronomes oblíquos átonos são: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
Os pronomes oblíquos átonos podem assumir três posições na oração em relação ao verbo:
Próclise: pronome antes do verbo;
Ênclise: pronome depois do verbo;
Mesóclise: pronome no meio do verbo;
Vamos falar separadamente de cada uma destas, para facilitar o entendimento. Observe os exemplos de cada uma destas posições.
- Ênclise - São pronomes oblíquos átonos na posição depois do verbo. Repare os casos em que ocorre a Ênclise:
1. Quando o verbo aparece no início da oração:
Exemplos: Emprestou-me suas anotações; ligou-me nesta tarde; trouxe-lhes biscoitos;
2. Quando o verbo esta no imperativo afirmativo:
Exemplos: Empreste-me suas anotações agora; Traga-me um suco; Traga-me o carro;
3. Quando verbo está no gerúndio:
Exemplos: Ele ajudou trazendo-me suas anotações; Ele está trazendo-me um suco;
4. Quando o verbo está no infinitivo pessoal:
Exemplos: Ele precisa emprestar-me suas anotações; Ela quer trazer-lhe um café;
- Próclise: São pronomes oblíquos átonos na posição antes do verbo. Repare os casos em que ocorre a Próclise:
Na presença de locuções ou palavras de sentido negativo:
Exemplos: Não me emprestou as anotações; Ninguém lhe ajudou;
Na presença de advérbios:
Exemplos: Amanhã me emprestarão as anotações; Amanhã me trarão um carro;
*Entretanto, na presença de vírgula é recomendável o uso da ênclise, por exemplo: Amanhã, trarão-me um carro.
Quando há a presença de pronomes relativos:
Exemplos: As anotações que me emprestarão foram devolvidas; o caderno que lhe emprestei foi devolvido;
Quando há presença de pronomes indefinidos:
Exemplos: Alguém lhe trouxe flores; Alguém me emprestou as anotações;
Quando há presença de pronomes demonstrativos neutros:
Exemplos: Isso me faz rir muito; Este me agrada bastante;
Na presença de enunciados que expressa uma exortação, exclamação e também em perguntas diretas:
Exemplos: Deus lhe proteja; Quem me trará um café?
Quando há presença de conjunções e locuções subordinativas:
Exemplos: Estou feliz porque me trouxe flores; Estou triste porque me insultou;
Na presença de locuções verbais e em tempos compostos, onde na maioria dos casos o pronome vem antes do verbo:
Exemplos: Ele tem me emprestado as anotações; Esta conversa está me irritando os nervos;
Mesóclise: São pronomes oblíquos átonos entre o radical e as desinências. Repare o caso em que ocorre a Mesóclise:
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito sem a precedência de palavras que “chamam/atraem” o pronome (palavras com sentido negativo, advérbios, pronomes relativos, pronomes demonstrativos neutros, conjunções, locuções subordinadas e pronomes indefinidos);
Exemplo: Emprestar-me-á as anotações; Devolver-nos-ão o carro;
Atenção: O uso da mesóclise é restrito a alguns contextos formais da linguagem. Sendo assim, trata-se de uma colocação praticamente em desuso atualmente.
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